Capítulo Sete

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Enzo no caminho de volta para casa, ficou quieto. Só respondia com sim ou não. Ele ajudou a descer e a entrar em casa. Eu me sentei no sofá e fiquei ali, pensando. Talvez eu tenha magoado ele, ele só fez uma pergunta e eu fui toda bruta. Mas, eu disse a verdade. Eu podia nunca mais enxergar. Ouvi Enzo voltar.

- O que você está fazendo? - perguntei

- Estudando - respondeu - Tenho prova amanhã.

- Prova do que?

- Direito civil, voltado para famílias.

- Se você quiser poder falar as matérias, para mim.

- Pode deixar.

Ele ia para a faculdade a noite, todos os dias. E eu sabia que ele fazia alguns estágios. E alguns documentos para casa. Pois ficava um silêncio. E só se ouvi o teclado do computador dele.

- Você não sente falta da sua família? - perguntei

- Sinto, mas eu estou trabalhando - ele fez uma pausa - Eles entendem.

- Você não cansa?

- Eu fico, mas eu gosto.

- Quando minha mãe voltar - engoli em seco - Você vai continuar aqui comigo?

Ele demorou um pouco para responder - Não sei, mas é provável que não.

Eu fiquei desapontada. Acho que eu queria ouvir um sim. Não fiz mais perguntas ele estava estudando. Fiquei em silêncio e ouvi ele ditar cada palavra da matéria, cada detalhe. E aprendi que direito é uma matéria difícil. Mas quase igual a minha. Enquanto em precisava decorar nomes de remédios e doenças. Ele tinha que decorar leis.

- Você está quieta demais - resmungou

- Só estou te ouvindo - afirmei - E você está estudando, não quero te atrapalhar.

- Você não atrapalha - afirmou

- Eu te atrapalho sempre, todos os dias até minha mãe voltar - resmunguei

Eu ficou quieto - Acho que você está de mal humor hoje - sussurrou baixinho

- Só estou sendo sincera - afirmei - E você sabe disso.

E nós, quero dizer, ele passou o resto da tarde estudando, ele só parou as vezes para fazer alguma coisa para comermos. Depois ele me ajudou a subir para o quarto e foi para a faculdade.

Louco por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora