CAPÍTULO 12

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E S T H E R

Sorri de alívio, quando vi que o juiz, era um shfteres. É bom saber que existem autoridades do nosso povo, porque isso pode facilitar alguns trâmites, como a questão da adoção por ligação. Claro que ele não irá infringir nenhuma lei, porém será mais dedicado ao caso que um juiz comum, pelo motivo de saber o quanto uma ligação representa.

Na mesa comprida, a frente da bancada mais alta, onde o juíz da família está localizado, se encontra três humanos — a assistente social, a diretora do orfanato, e um conselheiro tutelar — ao nosso lado, temos o Lucca, eu e minha fêmea. Pelo que sei sobre, não será algo tão intenso, e sim os profissionais iram dizer suas impressões sobre como estamos com relação a Laurinha, e o juíz dará uma decisão final, se temos capacidade de termos a guarda de forma provisória, como uma adaptação, e depois a permanente.

estou tão nervosa. — Julia sussurra em minha mente, apertando minha mão.

— vai ficar tudo bem, e logo levaremos ela para casa. — declaro, voltando a observar as declarações dos profissionais.

" — algo que me chamou bastante a atenção, foi o fato das duas terem alugado uma casa ao lado orfanato, e terem revesado, voluntariados todos os dias, apenas para estarem com a menina." — assistente social conta, como se fosse algo ruim, e olho para o juíz.

— as senhoras querem dar alguma justificativa? — o juíz no direciona o olhar compassivo.

— eu já havia conhecido a Laurinha a alguns meses, em uma situação inesperada. Ela estava na rua, com dois garotos mais velho, e os meninos estavam insultando a pequena. — suspiro inquieta, lembrando do dia. — já no dia em que trouxe minha esposa para conhecer a pequena que tanto me encantou, ela não estava na casa. Ficamos preocupadas, com a forma que estava sendo tratada, se estava correndo algum perigo com esses recorrentes descuidos. — completo por fim.

Não queria desfazer da capacidade dos profissionais a minha frente, porém não posso ao menos pensar na possibilidade, que estejam maldando nosso interesse na Laurinha. Ela é nossa filha, e tínhamos que treinar e ficarmos pertinho, ou tudo poderia sair do controle.

— isso foi um incidente. A menina havia fugido, porque estava triste, se não me engano o motivo, foi exatamente por ter faltado a uma promessa que fez a mesma. — a diretora, que até agora só havia falado coisas boas, revidou ofendida.

— sinto muito, mas havia sofrido um acidente, e apenas enviei alguns e-mail, avisando que fosse dito a ela que quando melhorasse, iria vê-la. — levanto o olhar até a senhora. — não quis acusar de nenhuma forma, apenas apresenta um fato, sobre o motivo de querer ficar próximo a Laura. Sinto muito, se me expressei mal.

Sou realmente sincera, porque não quero atacar nenhum dos profissionais. Sinto que são pessoas razoavelmente boas, apesar de não gostar muito da assistente social, por motivos óbvios.

— quero que descrevam os sentimentos que sentem pela criança. — o senhor nos olhou de modo intimidador. — alguns juram que posso sentir a sinceridade. Na minha responsabilidade, creio que nunca tive nenhum caso mal sucedido de adoções. Pode começar, senhora Juliana?

Eu não consigo me acostumar com o verdadeiro nome da Ju, porém apenas ignoro, porque não é o momento, para esses pensamentos.

— Laura é... Perfeita. É isso que sinto em relação a ela. Quando a Esther me falou sobre a pequena... Eu senti dentro de mim, que era real. Em algum lugar, tínhamos nossa filha apenas nos esperando, e... Bom, quando vi a Laura, não tive ao menos como negar, simplesmente senti que deveríamos ficar juntas. — sorriu tímida, e secou algumas lágrimas. — eu sei que parece intenso, quando estamos nos referindo a uma criança, porém é o que sinto, e não sei se saberia colocar em outras palavras, ou camuflar de alguma forma, todos os sentimentos que tenho pela pequena Laura. — Julia soltava ondas de sentimentos, e sinceridade que poderia afetar até os humanos, e pelo sorriso do juíz, sei que também sentiu toda essa intensidade.

A COMPANHEIRA DE ESTHEROnde histórias criam vida. Descubra agora