ESTHER;
Jogo minha mochila na entrada, e entro vagarosa na casa dos meus pais, como se não fosse ser percebida. Oh céus, amo o cheiro de lar, mas esse barulho que essa enorme família é capaz, realmente quase me faz entrar em pânico. Nada contra, sou feliz por eles, todos com suas almas gêmeas, porém, apesar de ser a rebelde da família, sinto falta de algo... Ou alguém.
— Esther?! — minha mãe praticamente grita, antes de pular do colo do meu pai, e se jogar sobre mim.
— mamãe! — cheiro ela com vontade, sentindo suas curvas macias contra meu corpo. — a senhora está tão gostosa. — me aconchego mais nela, amando como é sempre tão macia.
— só não te bato, porque estou com saudades demais. — me apertou mais, porém, sou arrancada dos seus braços, pelo meu pai, seguido das minhas irmãs e meus irmãos, e beijos e mais beijos.
...
Passei dois anos viajando, conhecendo o mundo, e talvez procurando minha outra metade. Normalmente não sou tão fissurada nessa questão, porém, quando penso em vir para casa, lembro como a situação funciona, então passo a desejar o mesmo, quero alguém perfeito para mim.
— porque meu quarto não abre?! — questiono quando chego a porta, e está trancada. — mãe?! — encaro seu sorriso culpado, e ela resmunga baixo.
— ele está ocupado. — encaro minha mãe incrédula, enquanto ela sorri de forma nervosa, parecendo que irá correr a qualquer instante.
— mãe! — exijo que ela esclareça. — vamos lá, é só falar...
— uma garota, de uma alcateia, da parte extrema montanhosa. Ela queria estudar e conhecer além da floresta, então... — sorriu apontando meu quarto. — era o único lugar vago.
— vou pra a vila, procurar um lugar pra ficar. — aviso recolocando a mochila nas costas.
— não precisa disso filha. Ela é muito tímida, porém, é tão curiosa e divertida, vocês poderiam se tornar amigas, e até ajudá-la a adaptar ao lugar. — neguei dando um suspiro frustrado.
— e quem vai me ajudar a se adaptar?! — ironizo, começando a descer as escadas.
— quer mesmo se compara a uma jovem que vivia no extremo da civilização Esther?! — minha mãe praticamente grunhi.
— só deixa mãe. — peço quase em uma suplica. — eu me viro, ela precisa de cuidados, eu não.
Talvez eu esteja sendo dramática, porém, não sei como agir. Minha família é grande, enorme, e eu sou a caçula, e meus pais tem netos poucos mais jovens que eu, uns até já acasalado, e dão atenção a todos, porém, após minha irmã ir morar em outro estado com seu companheiro, me senti sozinha.
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A COMPANHEIRA DE ESTHER
FantastikEsther é a filha mais nova do casal Dandara e Denis. Quando retorna a sua casa, tem uma bela surpresa, que talvez possa preencher o vazio que a persegue. Júlia, fugiu de uma alcatéia, e pediu abrigo na reserva, argumentando querer estudar e conhec...