Capítulo 4

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   O alarme toca, quando desperto Clara ainda esta dormindo feito uma pedra. Ainda estou morta de sono, esfrego os olhos e faço um esforço para colocar o cérebro a funcionar. Sempre que minha mãe me acorda cedo para me dar algumas instruções antes de sair para o trabalho ela certifica se de que estou realmente acordada, algumas vezes meu corpo permanece em pé, mas o cérebro ainda esta sonhando. Lembro-me de algumas vezes que ela vinha ao meu quarto e eu fazia que sim, que tinha entendido tudo e quando acordava entrava no desesperado, pois não me lembrava de mais nada. Pois é! Ser eu é muito difícil. Suspiro depois que me dou conta de que minha mãe não está para deixar o café pronto.

Pego meu celular para ver se meus pais deixaram alguma mensagem ou mesmo alguma ligação perdida.

Bom dia meu amor! Dormiu bem? É a mensagem do Patrick. Mas não respondo, estou preocupada por não ter nenhum sinal dos meus pais e decido ligar. Quando já esta chamando pela terceira vez minha mãe atende.

"Bom dia filha, tudo bem? Como estão as coisas por ai?". Minha mãe fala com a voz embargada, percebo que andou chorando.

"Esta tudo bem e com vocês e o vovô? Fiquei preocupada que vocês ficaram de ligar, mas não ligaram". Falo em um tom de preocupação.

"Agente passou a noite no hospital e ficamos sem sinal". Ela fala, mas não acredito muito, esta soando a uma desculpa, mas não questiono a respeito, sei que isso é difícil para ela.

"E o vovô, como ele esta?".

"O seu quadro esta estável, estamos esperando os resultados dos exames que foram feitos". Ela fala em um tom mais tranquilo se é que está mentido faz isso muito bem.

"Que bom, manda um oi por mim. Ligo mais tarde mãe, vou preparar o café e organizar as coisas por aqui".

"Tudo bem filha, tenha um bom dia e comportem-se". Ela fala em um tom autoritário, mina mãe sendo ela mesma em qual circunstância.

"Pode deixar. Beijos". Respondo e encerro a ligação.

Quando estou terminando de tomar o café, Clara desce cambaleando como se tivesse passado a noite inteira bebendo e tivesse com enxaqueca, e está pronta para ir à faculdade, ainda assim está atrasada creio que perderá a primeira aula.

"Espero que a senhorita tenha tido uma prazerosa inércia e que tenha desadormecido da melhor forma, a doméstica aqui já deixou a casa arrumada e o café pronto". Falo e faço uma reverência como as mulheres e meninas de nível social mais baixo faziam cortesia para aqueles de nível social mais alto antigamente. Ela entra no jogo fingindo ser uma princesa.

"Prepare o meu banho na jacuzzi pretendo repousar após o pequeno almoço". Ela fala e ergue o queixo imitando as sinhazinhas e eu me esforço para não soltar um riso pela cara engraçada que ela faz.

"Sim senhora". Respondo e dessa vez é quase que impossível prender as gargalhadas. Depois que recuperamos o fôlego ela senta e toma o café.

"Eu preparei e você arruma a mesa e lava a louça". Ela me olha e abre a boca para protestar, mas não fala, como se não tivesse achado argumentos. E eu olho para ela como quem diz nem ouse. Ela revira os olhos e continua tomando café.

"Como foi que você e o Justin ficaram tão próximos?". Lília pergunta. Eu tinha esquecido que lhe devia uma explicação pelo facto de ter ido a casa com ele ontem, nossa foi ontem. Aconteceu tanta coisa que parece que foi a uma semana.

"É que agente é vizinho, mas nunca tínhamos nos vistos e então foi para mostrarmos nossas casas um ao outro".

"O Justin, te levou a casa dele?". Lília franze a testa o que faz com que seus olhos pareçam maiores do que já são. Embora tenha olhos enormes ela é linda, seus cabelos são loiros e longos.

Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]Onde histórias criam vida. Descubra agora