O alarme toca, quando desperto Clara ainda esta dormindo feito uma pedra. Ainda estou morta de sono, esfrego os olhos e faço um esforço para colocar o cérebro a funcionar. Sempre que minha mãe me acorda cedo para me dar algumas instruções antes de sair para o trabalho ela certifica se de que estou realmente acordada, algumas vezes meu corpo permanece em pé, mas o cérebro ainda esta sonhando. Lembro-me de algumas vezes que ela vinha ao meu quarto e eu fazia que sim, que tinha entendido tudo e quando acordava entrava no desesperado, pois não me lembrava de mais nada. Pois é! Ser eu é muito difícil. Suspiro depois que me dou conta de que minha mãe não está para deixar o café pronto.
Pego meu celular para ver se meus pais deixaram alguma mensagem ou mesmo alguma ligação perdida.
Bom dia meu amor! Dormiu bem? É a mensagem do Patrick. Mas não respondo, estou preocupada por não ter nenhum sinal dos meus pais e decido ligar. Quando já esta chamando pela terceira vez minha mãe atende.
"Bom dia filha, tudo bem? Como estão as coisas por ai?". Minha mãe fala com a voz embargada, percebo que andou chorando.
"Esta tudo bem e com vocês e o vovô? Fiquei preocupada que vocês ficaram de ligar, mas não ligaram". Falo em um tom de preocupação.
"Agente passou a noite no hospital e ficamos sem sinal". Ela fala, mas não acredito muito, esta soando a uma desculpa, mas não questiono a respeito, sei que isso é difícil para ela.
"E o vovô, como ele esta?".
"O seu quadro esta estável, estamos esperando os resultados dos exames que foram feitos". Ela fala em um tom mais tranquilo se é que está mentido faz isso muito bem.
"Que bom, manda um oi por mim. Ligo mais tarde mãe, vou preparar o café e organizar as coisas por aqui".
"Tudo bem filha, tenha um bom dia e comportem-se". Ela fala em um tom autoritário, mina mãe sendo ela mesma em qual circunstância.
"Pode deixar. Beijos". Respondo e encerro a ligação.
Quando estou terminando de tomar o café, Clara desce cambaleando como se tivesse passado a noite inteira bebendo e tivesse com enxaqueca, e está pronta para ir à faculdade, ainda assim está atrasada creio que perderá a primeira aula.
"Espero que a senhorita tenha tido uma prazerosa inércia e que tenha desadormecido da melhor forma, a doméstica aqui já deixou a casa arrumada e o café pronto". Falo e faço uma reverência como as mulheres e meninas de nível social mais baixo faziam cortesia para aqueles de nível social mais alto antigamente. Ela entra no jogo fingindo ser uma princesa.
"Prepare o meu banho na jacuzzi pretendo repousar após o pequeno almoço". Ela fala e ergue o queixo imitando as sinhazinhas e eu me esforço para não soltar um riso pela cara engraçada que ela faz.
"Sim senhora". Respondo e dessa vez é quase que impossível prender as gargalhadas. Depois que recuperamos o fôlego ela senta e toma o café.
"Eu preparei e você arruma a mesa e lava a louça". Ela me olha e abre a boca para protestar, mas não fala, como se não tivesse achado argumentos. E eu olho para ela como quem diz nem ouse. Ela revira os olhos e continua tomando café.
"Como foi que você e o Justin ficaram tão próximos?". Lília pergunta. Eu tinha esquecido que lhe devia uma explicação pelo facto de ter ido a casa com ele ontem, nossa foi ontem. Aconteceu tanta coisa que parece que foi a uma semana.
"É que agente é vizinho, mas nunca tínhamos nos vistos e então foi para mostrarmos nossas casas um ao outro".
"O Justin, te levou a casa dele?". Lília franze a testa o que faz com que seus olhos pareçam maiores do que já são. Embora tenha olhos enormes ela é linda, seus cabelos são loiros e longos.
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Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]
RomanceÉ possível amar alguém sem antes toca-la? Simplesmente só com um olhar sentir o que muitos beijos não são capazes de fazer sentir? Olhares que tocam a alma existem... As pessoas denominam isso como paixão, mas isso pode tornar-se amor?. Olhares que...