Capítulo 32

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Justin

"Você não vai querer que isso se repita de novo cara, vamos embora o bar já está fechando". Danny diz impaciente faz um tempo que está tentando me tirar daqui. Conhecei Danny no momento em que achei que nenhuma mulher me faria esquecer a Georgina, mas ele... A Luísa... Os outros garotos me mostraram que eu poderia me divertir com quantas eu quisesse, e assim foi. Eu bebia de mais, pois não foi fácil esquece-la apesar de ter garotas como a Luísa em meus pês.

"Dessa vez é diferente, não é sobre a Hope, ou melhor, não só sobre ela". Danny volta a sentar-se no banquinho da mesa bistrô super alta do bar que não é nada confortável.

"Eu sei muito bem como isso começa e como termina Justin".

"Não, você não sabe, nem eu sei. Um filho, o que eu vou fazer com um filho cara. O que?" digo de forma desesperada como se ele pudesse me dar uma resposta... Uma solução. Como eu, ele não tem essa resposta.

"Não deve ser tão ruim assim ter um filho muito jovem, não é o fim do mundo". Sei que ele está falando só para me acalmar.

"Mais uma". Digo levantando a mão para o garçom para que me traga mais uma bebida.

"Não, ele não quer". Danny diz ao garçom me contrariando.

"Chega, eu te entendo é uma situação difícil, mas hoje é segunda feira e você está bebendo como se agente não tivesse aula amanha".

"E você acha que eu vou?" pergunto de maneira irônica, entornando a ultima gota do que sobrou no meu copo.

"Não?". Ele pergunta com uma expressão confusa.

"Esta tudo perdido, o que mais vou fazer no colégio. Meu pai certamente vai me mandar trabalhar assim que souber disso. pior vai querer saber como supostamente eu namoro alguém e engravido outra".

"Você tinha falado da Hope para ele?"

"Sim, quer dizer não, foi a Laura que comentou dela enquanto estávamos com meus pais".

Danny apenas me olha, e sua expressão diz exactamente o que sua boca teme dizer 'Você está ferrado seu cuzao', o que é verdade, estraguei a minha vida algo que eu sempre temi.

"Vocês ainda tem tempo de interromper a gravidez, ela só tem uma ou duas semanas". Ele diz como se eu nunca tivesse pensado nisso.

"A Luísa falou que não quer isso".

"Que idiota essa menina... parece ate que ela planejou tudo para engravidar de você. Eu realmente sinto muito por você". Ele diz batendo de leve no meu ombro.

"Eu sinto mais, como ela acha que vai cuidar de uma criança se nem mesmo consegue cuidar de si. Você imagina aquela garota com essa responsabilidade, ou melhor, nós dois, porque eu também não me vejo cuidando de um bebé. O que sei sobre paternidade?".

"Sinto muito cavalheiros, mas precisamos encerrar o bar por hoje".

"Agora precisamos mesmo ir". Danny diz se levantando. Ele vem ate mim me segurando pelo braço para me dar apoio e coloca minha mochila sobre o meu ombro. Por essa droga de bebida que eu comi a Luísa ate o ponto de engravida lá, eu nunca mais deveria querer ver isso na minha frente. Continuo andando com muita dificuldade enquanto saímos do bar, mas Danny cuida para que eu não cambaleei ate me estatelar no chão.

"Oi queridos, posso ajudar vocês?". Uma garota de programa fala, viro meu olhar para não ter que olha lá, está praticamente nua. Não entendo por que uma mulher precisa se prostituir, eu me divertia com a Luísa assim como outras garotas, mas elas não levam isso como profissão é tudo por divertimento.

"Não, obrigada", Danny a dispensa de forma educada e continuamos em direcção ao táxi que está estacionado em frente ao bar.

"A primeira parada será na sua casa, bêbado como você está é capaz de dormir no portão, e teu pai te mata literalmente, ficar chapado desse jeito em plena segunda-feira teria que ser bem explicado".

Ficamos em silencio durante todo trajecto, quando chegamos a minha casa Danny me ajuda a descer do veiculo e pega minha mochila pegando as chaves do portão.

"Eu consigo sozinho, não precisa". Digo quando ele tenta adentrar.

"Certeza?". Faço que sim com a cabeça e ele volta ao táxi. Esforço-me para chegar ao meu quarto fazendo o mínimo barulho possível.

Na manha seguinte, o som do toque de meu celular me desperta, resmungo, mas levanto para pegá-lo.

"Eu sabia que precisaria de um despertador para acordar, te espero na escola. O que menos precisamos é ter que continuar nesse colégio no ano que vem".

"Eu disse que não vou a essa merda de colégio". Digo esfregando o meu rosto com a outra mão que não esta segurando o celular.

"Você não pode desistir de tudo assim, se necessário eu mesmo falo com o seu pai para que ele dê um jeito de você continuar com os estudos, nós sabemos muito bem que ele tem condições de cuidar desse bebe".

"Você acha que ele vai querer fazer isso por conta da minha irresponsabilidade, claro que não".

"Eu já vi muitos casos de avós que cuidam de seus netos como seus filhos muitas vezes para esconder a vergonha de sua filha ter engravidado sem antes se casar".

"Isso fazem aquelas famílias religiosas, o que a minha não é, e meu pais está pouco se cagando pelo que as pessoas vão pensar, o real problema será a decepção que ele sentirá, por essa razão ele vai querer que eu arque com as consequências".

"As coisas não precisam ser desse jeito, agente da um jeito como sempre fazemos". Ele diz e parece que não está percebendo que dessa vez é diferente, fico em silencio na linha e ele continua.

"Damos um jeito de convencer a Lu a interromper a gravidez, agente consegue, não desista de tudo que você planeou e tem se esforçando para alcançar por um erro".

"Erro esse que vai ganhar vida estará com agente em nove meses e depois para sempre até o fim de nossas vidas."

"Desde quando você é tão pessimista Justin. Não faz as coisas desse jeito".

"Não estou sendo pessimista apenas realista. eu percebi que o verdadeiro amor da minha vida talvez não tenha sido a Geo. e o problema é que eu perdi o que acho ser verdadeiro".

"Olha, mais um motivo para não se render tão fácil assim, se você realmente gosta da Hope o que eu acho ser verdade, porque cara eu nunca vi você assim. Lute por ela, no final das contas o bem sempre vence".

Essas palavras fazem sentindo, eu ia perguntar para o Danny de onde ele as tirou, mas ao invés disso o respondo de forma positiva. Eu amo a Hope e vou lutar por ela.

"Tudo bem, eu vou seguir seu conselho. Vou lutar pelo amor da Hope e não vou desistir ate recuperar o que eu estava construindo".

"É isso ai mano". Ele diz de forma vitoriosa, como fazíamos sempre que comêssemos uma garota nova. Nesse momento eu me dou conta de que Danny não é o tipo de amigo que está apenas nas horas boas, mas nas ruins também e eu sou muito grato por isso.

"Valeu mano". Digo com muita sinceridade.

"Agradeça-me depois que tudo isso der certo". Ele diz e eu dou uma risadinha do canto da boca.

"Estou aqui para isso, agente se fala na escola. Porque você vai".

"Claro. Ate logo". Digo e encero a ligação. Vou direto ao chuveiro antes que qualquer negatividade me vença e eu mude de ideia.

Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]Onde histórias criam vida. Descubra agora