Capítulo 6

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Hope

Estou pasma, é um misto de emoções, não acredito que Justin seja um dos garotos. E agora ter ele aqui bem na minha frente, podendo me perder em seus olhos cor de âmbar confunde ainda mais a minha cabeça.

"Eu sempre tive a impressão de já ter te visto antes, mas nunca imaginei essa hipótese". Falo com um sorriso bobo, estou muito feliz, é incrível como a vida é.

"Eu não, naquele dia meu primo viu você e depois ele falou para mim: olha aquela criança que não para de olhar para agente! foi dai que eu olhei e vi você. Com o cabelo preso em um coque exactamente como está agora, e agora agente é colega de classe, o Stefan não vai acreditar nisso".

"Então já nos conhecíamos, literalmente". Falo e o Justin da risada, eu sempre me senti bem com ele, nossas conversas sempre fluíam sem nenhum esforço, mas hoje depois dessa descoberta sinto como se o conhecesse há mais tempo ainda.

"Digamos que você a mim, e eu não a você. Quer que eu te leve até sua casa? não é uma carona, mas prometo que quando eu puder dirigir te levo". Ele fala e caímos na risada.

"Hoje não precisa, mas quando for dirigir vou aceitar com todo prazer".

"Está certo então, agente se vê na segunda-feira". Ele fala e me da um beijo no canto da boca e eu não recuso.

"Tenha um bom fim de semana". Digo.

"Você também boneca". Ele fala e claro é difícil conter o sorriso.

"Você não vai acreditar no que acabo de descobrir". Digo a Clara muito empolgada, o que deixa ela muito ansiosa.

"Não acreditooooo, e você não tinha me falado desse negocio por quê?"

"Ué, sei lá! Achei bobeira. Algo sem importância".

"Você sabe que eu não acredito muito nesse negócio de destino... essa merda toda, mas carraca tenho que admitir que isso daí é consciência de mais". Ela fala como quem diz isso vai dar treta, e na verdade acho que vai.

"Melhor pensar direitinho no que você vai fazer mocinha, com essa emoção toda é capaz de você fazer besteira". Clara fala em um tom de reprovação, jogando minha felicidade no lixo.

"Eu sei, mas o Justin... ele me faz querer quebrar todas as regras, esquecer-me do Patrick e todo resto do mundo".

"Meu Deus, o Patri..." coloco minhas mãos no rosto e parece que a realidade das coisas me vem átona, abandonando o mundo em que o Justin me faz viajar,

"O que tem o Patrick?"

"Faz uns dias que não nos falamos, ele até me mandou uma mensagem, mas não respondi, que merda".

"Olha, eu só vou te dizer uma coisa, o Patrick é um cara legal sempre esteve com você. E agora você faz essas merdas todas por alguém que você conheceu faz o quê, uma semana? Pensa bem no que você vai fazer para não se arrepender depois". Clara fala e sai andando, suponho que até ao quarto. É a primeira vez que a vejo falando tão sério e tenho que admitir que suas palavras correspondam à verdade. Então decido ligar e ele atende no primeiro toque.

"Alo". Ele fala e sua voz é fria, sem nenhuma emoção.

"Oi, tudo bem? Desculpa-me por não ter respondido a sua mensagem ontem, é que meu avô passou mal e meus pais tiveram que viajar as pressas para ver ele, foi tudo muito corrido".

"Sinto muito, e como ele está agora?"

"Está melhorando, acho que vai ficar bem".

"Não sabia que isso tinha acontecido, me perdoa por não ter tentado entrar em contato com você de novo, mas como você agiu meio estranho achei que quisesse ficar mais com os seus novos amigos, e eu queria dar esse espaço. Não queria que você achasse que estou te sufocando, fui muito idiota".

Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]Onde histórias criam vida. Descubra agora