Capítulo 34

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Hope

Dessa vez Alexis se recusa a dizer para onde vamos. Segundo ele é uma surpresa boa e vinda dele não tenho duvidas que seja.

"Você vai me sequestrar é isso? Como eu convido você para sair e você em quem decide para onde vamos?". Pergunto de modo brincalhão.

"Bem que eu poderia, te teria só para mim, ninguém mais teria acesso a você".

"Se não me engano só gente obcecada faz isso. E não tem pior coisa que alguém obcecado por você". Digo e ele meio que muda a expressão, não me importo muito, pois sei que esse não é o seu caso.

"Às vezes não é obsessão, a pessoa comete um erro por amar sei lá. O desespero de ter a pessoa amada". Franzo a testa surpresa mais uma vez com seu pensamento contraditório ao meu... Não que ele tenha que pensar do mesmo jeito que eu.

"Para mim obsessão não é amor. — O amor não é egoísta e nem orgulhoso. Quem ama abre mão se necessário para que a outra pessoa seja feliz, porque no fundo quando amamos queremos que a pessoa seja feliz por mais que queiramos dividir essa felicidade e ser o motivo dela. E a obsessão em oposição ao amor é um sentimento de satisfação própria sem se importar com os sentimentos do outro. — O amor obsessivo é basicamente caracterizado pelo egoísmo".

Ficamos em silêncio e fico olhando pela janela.

"Você não concorda?" pergunto.

"Olhando dessa forma meio que faz sentido, mas sei lá talvez a pessoa faça isso por não saber amar". Ele diz e fico processando suas palavras. 'não saber amar'. Será que nós aprendemos a amar?

"Estamos quase chegando". Ele diz mudando de assunto.

Entramos por uma estrada de cascalho, esse lugar me lembra da casa dos meus avós. Um lugar no meio de nada, sem carros...

"Certeza que não vai me sequestrar?"

"Depois de ter ouvido suas teses de obsessão pelo menos hoje não, quem sabe numa próxima vez". Ele diz e engulo em seco.

Depois de alguns minutos mais dirigindo ele para o carro. Fico olhando pela janela ainda sem entender o que estamos fazendo no meio do nada. O lugar é agradável, a paisagem é linda e som das gaivotas faz com que o lugar se torne muito tranquilizador.

Descemos do veiculo e eu fico olhando ao redor vendo a grama enorme, me perguntando como vamos caminhar nela.

"Não se preocupe que eu vim preparado". Ele diz tirando dois pares de botas country e me entrega um, como se tivesse lido meus pensamentos.

"Ainda não vai falar o que estamos fazendo aqui? Você comprou as botas?" pergunto.

"Sim, não gostou?". Ele pergunta franzindo o cenho.

"Pelo contrario, são lindas e o tamanho ficou perfeito em mim".

"Você já vai entender". Ele diz enquanto caminhamos pela grama e começo a entender quando vejo uma fazenda gigantesca ao que parece. Suspiro de alivio quando a trilha termina.

"Você me convidou para sair, mas eu quis escolher o lugar e como a senhorita disse que adoraria aprender a cavalgar eu tive a brilhante ideia de trazer você a essa fazenda". Fico olhando a fazenda maravilhosa, com certeza eu amo esse lugar.

Alexis aponta uma placa que está escrita— seja bem vindo a fazenda Flor -de- lis.

"Você é simplesmente incrível Ale". Digo me jogando em seus braços.

"Olha só, ganhei até um apelidinho". Ele diz sorrindo, mas não encerra o abraço. Continuo em seus braços, nossos rostos estão próximos de mais. Alexis é lindo, difícil não se apaixonar por alguém como ele, em seus olhos não sinto o mesmo que senti todas as vezes que fixei meu olhar no de Justin. Entre mim e o Justin os olhares eram como nossas almas falando. Alexis se aproxima mais e sei que dessa vez nada me vai salvar, fecho os olhos pronta para me entregar no momento, eu sei que é errado, mas se não fizéssemos todas as coisas rotuladas como erradas à vida não seria tão prazerosa.

Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]Onde histórias criam vida. Descubra agora