Olhares Que Beijam - LIVRO I [VOLUME I]

Capítulo 30

Hope

Psiu... Acordada? A mensagem da Clara me faz abandonar a conversa com meus pais, me despeço alegando sono e cansaço faço questão de bocejar para dar mais ênfase a mentira.

"Ahh, amanhã também vou à missa". Digo subindo as escadas, faz um tempo que não vou e depois do ocorrido com Patrick preferi evitar para não me encontrar com sua mãe, achei que ele tivesse falado sobre o nosso término seria muito constrangedor encontra-la.

Ao invés de responder a mensagem opto por fazer uma chamada de áudio, mas antes me certifico de não ter deixado a porta destrancada... Clara atente no terceiro toque.

"Como foi o dia de cinema princesa". Ela diz gargalhando, se sentido vitoriosa.

"Traíra que historia é essa de 'cúmplice do Alexis'?" pergunto.

"Ele queria te surpreender e bem que você precisava relaxar esquecer aquele idiota que não vou nem mencionar o nome". Nisso ela tem razão.

"A melhor parte foi ter dado uma boa lição na idiota da Anna, você tinha que estar lá para ver...".

"Alexis comentou isso, eu dava tudo para ver essa cena". Ela diz me dando raiva por não ter que ser eu a contar isso em primeira mão.

"Nunca me imaginei fazendo uma coisa dessas, em um shopping para piorar, foi um show sem ingressos". Digo e caímos na gargalhada.

"Aconteceu algo entre vocês? Alexis está caidinho por você".

"Quase nos beijamos, eu fiquei sem reação. Graças a Deus consegui me livrar disso, não posso dar a Alexis falsas esperanças ele não merece. Passa amanha aqui que eu te conto tudo estou com saudades". Digo enquanto descalço meu tênis.

"Amanhã eu não poderei, esse é outro ponto que eu queria te contar". Ela diz tão ansiosa que poderia jurar que ganhou na loteria, mas isso não faria diferença nenhuma já tem dinheiro suficiente.

"Primeiro, você sabe que o Alexis é meu amigo e dos poucos que valem realmente a pena, então, por favor, não machuque seus sentimentos. Ele é do tipo que só namora com um compromisso sério, não vejo problema algum em vocês saírem para se divertir, mas só deixa as coisas claras". Ela diz e como sempre tem razão, assim que puder terei essa conversa com Alexis.

"Segundo! você lembra o Cláudio?". Ela diz e o único Cláudio que e vem em mente é o primo do Alexis.

"O japonesinho?"

"Ele é coreano Hope!" ela diz, mas soa mais como repreensão.

"Da no mesmo, então ele decidiu se vem morar aqui?". Lembro-me de Clara ter comentado que ele gostou da cidade e ter considerado a hipótese de continuar os estudos aqui, mas nós duas sabemos muito bem do que ele realmente gostou e começa com a letra C sim, mas não de cidade como ele alega e sim de Clara.

"Não, mas ele veio passar o fim de semana e me convidou para sair amanha e claro eu aceitei".

"O quêêêêê?". Fico surpresa com isso.

"Você não é a única arrasando por ai priminha". Dava tudo para ver a carinha que ela fez falando isso.

"Bem vinda ao clube". Digo e continuamos conversando, ela conta tudo sobre a conversa com Cláudio e que adoraria levar ele a boate, mas não pode, pois ele deve pegar o Voo de volta a Austin as nove p.m.

Estou muito longe de ser santa, mas gosto de me sentir próxima de Deus, minha mãe sempre me levava à igreja, até que cresci e comecei a decidir quando queria ir. Nem sempre vou, mas eu acredito em Deus e em milagres. Felizmente não encontrei a mãe do Pat, mas pensei muito nele, na promessa que fizemos no altar da igreja. Mais uma vez isso me fez aprender que não devemos fazer promessas que não possamos cumprir, talvez nunca fazer promessas. Naquela época aquilo parecia certo, parecia eterno...