Assim que o Cohen chegou na escola guardou a sua bicicleta e correu para a sala do clube de mecânica, encontrando Joui, Arthur, Erin, Luciano e Fernando Carvalho – apesar do mesmo sobrenome, os dois não eram parentes, mas sim namorados – porém a parte mais impressionante era Dante e Beatrice que pareciam um pouco deslocados na situação.
César cumprimentou os amigos e acenou para os outros, recebendo um sorriso reconfortante de Beatrice.
— O que aconteceu? — O recém chegado perguntou confuso e Erin foi a primeira a se pronunciar.
— Então... Eu perdi uma coisa e preciso de ajuda para procurar.
— Está bem. — César já tinha ouvido aquela história antes, era comum ver Erin perdendo suas coisas e logo depois fazendo um mutirão para encontrá-las, agora ele era uma das vítimas dessa caça ao tesouro. — O que você perdeu?
— É o relógio da minha vó. Ele é analógico e tem a pulseira de couro.
— Onde você perdeu, Erin? — Beatrice perguntou calma e a ruiva fez uma pose pensativa.
— Não sei.
Todos na sala suspiraram cansados, principalmente Joui.
— Mas tá na escola. — Ela acrescentou na defensiva. — Quero dizer... Isso diminui o nosso mapa de procura, certo?
— Tirando a parte que a escola tem 4 andares, 2 jardins, a quadra e a área de piscina. — Disse Joui enquanto esfregava o queixo. — Podemos nos separar em duplas para ser mais rápido, cada uma procura em um lugar.
— Eu escolho o Dante. — Arthur se pronunciou decidido, rapidamente ficando ao lado do loiro. César percebeu a feição de Joui enrijecer e logo tornar-se dramaticamente chocada.
— Então eu escolho o Joui‐san! — Erin exclamou animada se aproximando do japonês.
Luciano e Fernando ergueram as mãos sinalizando que iriam juntos e César suspirou derrotado assim que percebeu que ficaria com Beatrice.
Dante e Arthur decidiram ficar com o terceiro e o quarto andar do prédio principal; Erin e Joui nos andares inferiores; Fernando e Luciano na quadra e na área da piscina; e por fim, por ironia do destino, César ficaria com Beatrice nos jardins.
O caminho até o jardim da frente fora completamente silencioso e constrangedor, Beatrice até dava indícios de quem começaria uma conversa aleatória sobre as orquídeas cattleyas do jardim, mas desistia assim que seus olhos caíam sobre o Cohen que parecia estar indo para a forca de tão encolhido.
“Vamos lá, César. Não faça isso parecer mais constrangedor do que já é.” Estes pensamentos chegavam até o moreno que apenas respirou fundo criando coragem.
— Então... — Beatrice começara a falar.
— Você... — Mas o Cohen também. Assim que Beatrice se interrompera para que César pudesse falar, o Cohen também se interrompeu; o coração batendo em ansiedade na garganta em pensar que soou indelicado por algo que era apenas uma coincidência.
— Pode falar. — A Portinari disse suportiva, gesticulando com a mão para que ele continuasse.
— N-não, pode falar primeiro. — Ele se apressou, imitando os gestos de Beatrice que sorriu divertida.
— Era uma pergunta bem aleatória, só pra começar uma conversa. — Ela se explicou achando graça.
— Pode fazer.
— Certo. — Soltou uma risada nervosa, envergonhada pelo momento. — Entre as flores de vó, qual você prefere? Orquídeas ou copo-de-leite?
César realmente parou para pensar na pergunta, considerando todos os aspectos das duas flores.
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Ah, Meu Pobre Coração!
RandomCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...