— Filho. — César ouviu a voz de sua mãe soar no seu ouvido, além das mãos da mais velha que balançavam o seu corpo. — Filho, já passou da hora, você tá atrasado.
O jovem cabeludo abriu os olhos de uma vez, mas rapidamente os fechou quando a luz forte do sol os alcançou; depois que teve tempo de se acostumar com a luz, levantou o seu corpo e olhou para o despertador na mesa de cabeceira.
— Caralho. — Deixou o palavrão escapar e dona Cláudia o olhou repreensiva. — Carvalho.
— Se troca rápido, vou preparar um lanche pra você levar. — Ela ordenou esfregando sua mão esquerda no ombro do filho e saindo do quarto.
O cabeludo se retirou da cama e trocou o pijama pelo o uniforme da forma mais rápida que conseguiu, até mesmo tropeçando na calça. Depois de juntar todo o seu material na mochila, o Cohen correu para o banheiro e escovou os dentes com pressa, cuspindo a espuma sem fazer o gargarejo e limpando a boca com a manga da blusa.
César desceu as escadas e pulou os últimos quatro degraus, encontrando a mãe na cozinha que tinha uma sacola de papel nas mãos, logo entregando para o mais novo e lhe dando tchau. Ele pegou a bicicleta na garagem e pedalou com toda a força que tinha, chegando na escola ofegante, parecendo que tinha feito uma série de exercícios.
Quando chegou na sala, a professora de literatura, Fátima Mare, fez cara feia e o deixou entrar, impaciente. César cumprimentou Dante com um aceno tímido e se sentou no fundão, como já era de costume.
Na troca de professores, ele tirou o lanche que sua mãe tinha feito da sacola e começou a comer, vendo o professor de física, Renan, entrar na sala de forma desengonçada e assustada.
No intervalo, Arthur e Joui apareceram na porta – como se estivessem conferindo alguma coisa – e sorriram ao verem o moreno se levantando.
— A gente pensou que você não vinha. — Joui comentou e César sorriu contrangido.
— Dormi demais.
— Dorminhoco. — Joui brincou mas seu sorriso fechou quando Arthur se aproximou de Dante e o trouxe para perto do trio, começando uma conversa com o loiro, que parecia um pouco deslocado.
— Que que cê tem contra o Dante, hein? — César perguntou curioso, não entendendo porquê tanto ódio. — Ele não fez nada.
Joui desviou o olhar, e permaneceu em silêncio por alguns segundos.
— Ele tem cara de hétero, não tem? — Joui perguntou de repente e César não entendeu a questão repentina.
— O que?
— Esquece. — Ele murmurou, pegando o celular do bolso. — Vou ver se a Clarissa precisa de mim.
César deu de ombros, abismado e se aproximou de Arthur que parecia confuso.
— Pra onde o Joui foi? — O Cervero perguntou.
— Foi ver se a Clarissa precisava de alguma coisa. — Respondeu desacreditado e Arthur cerrou as sombrancelhas.
Quando chegaram no refeitório, Erin se aproximou arrastando Beatrice e sorriu para os garotos sentados à mesa. A Portinari acenou sorrindo para César que respondeu da mesma forma, um pouco tímido.
— Gente, cês viram o Joui? — A ruiva perguntou curiosa, parecendo estar ligada no 220.
— Líderes de torcida. — César respondeu direto e Erin assentiu, se despedindo temporariamente de Beatrice e correndo para a direção da quadra.
A Portinari, depois de ter sido abandonada por Erin, se sentou ao lado do irmão e sorriu tímida para Arthur que começou uma conversa sobre as suas pintinhas.
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Ah, Meu Pobre Coração!
CasualeCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...