César não teve tempo de encontrar Erin antes que o sinal tocasse, suspirando frustrado e indo para a sua sala. Lá dentro, ele encontrou Dante e rapidamente se sentou perto dele, agradecendo ao professor Renan por ser covarde demais para reclamar.
— Bom dia, César. Você não parece que dormiu bem. — O jovem Cohen se retraiu um pouco na cadeira, não pensando que sua cara estava tão ruim assim.
Bem, era verdade, ele não tinha dormido nada na noite anterior. Depois do que aconteceu com Beatrice, o garoto ficou frustrado demais e passou a noite inteira jogando Kill Combat, além de não descer para comer mesmo que sua mãe o tivesse chamado várias vezes.
— Eu... Hum... Aconteceu alguma coisa entre você e o Arthur? — O cabeludo tentou contornar a situação.
Dante imeditamente empalideceu, mais do que já era. Mas sua cara de desconforto fez com que César se arrependesse de fazer a pergunta.
— Você... Sabe se... Você com certeza sabe. A Beatrice veio hoje?
— Ela preferiu ficar na floricultura e ajudar nossa mãe porquê o Gonzales teve um problema com o primo dele de novo. — O loiro contou de forma neutra.
— Ah, certo... — César murmurou. — Ela... Falou alguma coisa de mim?
— De você? — Dante ergueu uma sobrancelha. — Não...? Deveria?
— Eu... Acho que posso ter escolhido a flor errada, e ter causado uma situação desconfortável e ela me odiar. — O cabeludo disse com pressa, um pouco ansioso. Dante observou as mãos tremendo do jovem Cohen e respirou fundo.
— Odiar você? César, acho que você conhece a Beatrice a tempo suficiente para saber que isso não é do feitio dela. — Ele constatou com calma. — Ela sente sim rancor, mas isso depende muito da situação e do que você possa ter feito.
— Eu dei um buquê de almíscar, beladonas, crisântemos brancos e dálias. Mas logo em seguida em coloquei as lilases juntas! — O Cohen exclamou desesperado e Dante fingiu entender o que ele dizia.
— Não pode ser tão ruim assim.
— É um combo de coisas ruins. — Falou o moreno e Dante suspirou derrotado.
— Bem, em uma situação como essa, o que você pode fazer é esperar. — O loiro aconselhou, sem muito alarde. — Beatrice vai por a cabeça no lugar e pensar no assunto com clareza.
César bufou cansado, colocando o cabelo para trás e esfregando o pescoço com raiva. Deitando a cabeça na mesa de Dante antes de voltar a se erguer.
— E você e o Arthur? Tô perguntando de boa mesmo, porquê o Arthur é meu amigo e você é irmão da minha... Também amiga. — O Cohen fez uma expressão nervosa e Dante franziu as sobrancelhas.
— Como assim? — Ele tentou evitar o assunto, mas César parecia disposto demais pra saber sobre isso.
— Você sabe. Todo mundo sabe, Dante. Que tem alguma coisa entre vocês dois.
— É... Complicado.
— Complicado? — O cabeludo questionou um pouco cansado.
— Sim.
— E por que é complicado?
Dante ficou em silêncio, e desviou o olhar.
— Tudo bem. É uma questão que você não vai resolver comigo de qualquer jeito. — César tentou sorrir suportivo, recebendo uma cara de dó de Dante.
•••
Quando o dia letivo acabou, César deixou a sala de aula andando como um zumbi, assim que chegou no térreo encontrou Thiago e Arthur, os quais não conseguiu encontrar no intervalo e sentou com eles no pequeno muro que alguns alunos usavam para fazer manobras de skate.
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Ah, Meu Pobre Coração!
DiversosCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...