Arthur estava a cinco minutos na frente do cinema, ele usava uma jaqueta de jeans escuro sobre a camisa flanela e coturnos pesados. O Cervero percebeu o garoto alto usando uma camisa vermelha sair do meio da multidão e se aproximar, Joui tinha uma expressão cansada mas sorriu animado quando cumprimentou o menor.
— O que você quer assistir? — O japonês perguntou começando a andar até a fila da bilheteria, mas Arthur o segurou. — Quer comprar alguma coisa antes?
— Não, eu... Só tô esperando alguém. — Arthur sorriu desconcertado, pensando se aquilo era realmente uma boa ideia.
— Ué, o César vem?
— Não, não o César.
— Então quem vai... — Joui se interrompeu, seus olhos pequenos e escuros caíram imediatamente sobre o loiro cabeludo que usava óculos. O japonês sentiu sua cara virar uma carranca enrugada e Arthur engoliu em seco.
— Boa tarde, Arthur. — Dante sorriu para o baixinho que sorriu alegre. — Oi... Joui. — Ele tentou ter confiança, mas o olhar assassino do mais alto era assustador demais.
— Oi, Dante. — O tom de Joui era ácido, e o loiro sorriu nervoso.
— Bem, eu tava pensando da gente comprar salgadinho e os refrigerantes na loja aqui do lado, aí aqui no cinema a gente podia pegar só a pipoca. — Arthur sugeriu a ideia com mais coragem, começando a ignorar totalmente o clima estranho.
— Seria bom, a lojinha do cinema tem costume de superfaturar as coisas. — Dante concordou seguindo o Cervero pela rua.
Joui bufou mas apenas acompanhou os dois, sem ter outra alternativa.
Os três adolescentes entraram na loja da esquina e começaram a pegar o que queriam. Quando eles voltaram para o cinema a fila parecia maior e eles puderam apenas suspirar e esperar.
— A gente podia assistir aquele filme de terror. — Arthur sugeriu. — Zumbis de Sangue.
— Seria intere...
— Não. — Joui interrompeu o loiro. — Eu li as críticas sobre esse filme, parece horrível. Ele apela pra bodyhorror e pra jumpscare barato. A gente podia tentar Espiral Ecoante, eu li que é terror psicológico e que um monte de gente teve pesadelo depois.
— Uau, parece ser bom. — Arthur comentou animado. — O que você acha, Dante?
— Acho que tudo bem, se Joui diz que é tão bom assim, vou confiar. — O loiro sorriu gentil e Joui cruzou os braços.
— Eu não disse que era bom, eu disse que as pessoas falam que é bom... — O japonês resmungou para si mesmo, porém os outros dois nem prestaram atenção pois já estavam na frente da bilheteria.
Antes deles entrarem na sessão, passaram na loja do cinema e compraram um grande balde de pipoca. Já no lado de dentro da sala, Arthur fez questão de se sentar no meio, tentando evitar possíveis conflitos.
— Acho que vai começar. — O Cervero disse animado com os olhos vidrados na tela gigante.
Dante e Joui trocaram um último olhar antes de começarem a focar no filme, Joui parecia impassível mas por fim apenas suspirou.
— Hum.
•••
Thiago tocou a campainha da casa de Elizabeth assim que terminou de arrumar o seu cabelo e bater nas próprias roupas; a garota saiu de casa com um grande sorriso e se despediu da mãe com um grito.
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Ah, Meu Pobre Coração!
RandomCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...