Thiago tinha acabado de sair do clube de jornalismo, havia se passado três dias desde que Elizabeth terminou com ele, e desde então a Webber evitava o Fritz na escola.
O adolescente foi até o clube de astronomia, e apesar do clube estar desesperado com o eclipse que aconteceria daqui a um tempo, Elizabeth não estava ali.
Thiago estava cansado, ele realmente entendia Liz e amava ela, mas ele também amava a si mesmo. Ela não podia fugir dele dessa forma, deixá-lo preocupado. Droga, ele também tinha sentimentos, ora bolas!
O Fritz resmungou frustrado, pegando sua mochila e indo até a frente da escola. Ele ligou para Arnaldo e esperou que o mais velho aparecesse com o carro, o cumprimentando e rapidamente se sentando no banco do passageiro.
— Como foi na escola hoje? Alguma fofoca nova no clube de jornalismo? — Arnaldo perguntou de bom humor e Thiago sorriu pequeno.
— Teve prova de biologia, acho que zerei. E no clube, o povo tava pensando em publicar sobre a situação do Arthur e do Dante, mas eu como um bom amigo e redator chefe, barrei essa ideia. — Contou de forma divertida e seu pai pareceu contente.
— Quem se importa com biologia mesmo? — O mais velho questionou brincando.
— A Liz... É uma das matérias preferidas dela. — Ele disse cabisbaixo.
— Ela ainda tá te evitando? — O adulto perguntou calmo.
— Ela faltou no clube de astronomia, porquê sabia que eu ia procurar ela lá. — O adolescente pareceu desesperado. — Pai, como ela pode fazer isso? O que pode se passar na cabeça dela pra achar que isso é o certo? Ela tá fugindo de mim como se eu fosse, sei lá! Bater na vó dela...
— Eu acho que a situação é ao contrário, filho. Ela tá te evitando porquê ela acha que vai te machucar, ou pior, que já te machucou.
— Mas isso faz sentido nenhum!
— Thiago, talvez não faça sentido pra você, mas para uma pessoa que desde pequena pensa que o problema é ela, toda essa situação é a única coisa que faz sentido.
Thiago suspirou, cansado. O adolescente cruzou os braços e observou as ruas passando, calado.
Ele começou a pensar: o que ele poderia fazer? Como ele poderia convencer Elizabeth que tudo o que ela via como problema era coisa da cabeça dela? Que ele enxergava nela o que ela realmente era e não alguém que o machucava.
Não, isso nunca. Mesmo com todas as suas questões, Thiago sabia que Liz era uma boa pessoa e ele tinha tanta certeza disso porquê naquela prova de química do primeiro ano ela não tinha motivos para ajudar ele e mesmo assim o fez, mesmo que ela saísse encrencada por isso.
O jovem Fritz sabia que não era adequado chamar pessoas de "perfeitas", porém era assim que ele se sentia com Elizabeth, e nunca assumiria que essa percepção era apenas por estar loucamente apaixonado por ela.
Thiago teve seus pensamentos interrompidos quando percebeu que as ruas o estavam levando para o bairro conhecido no outro lado da cidade e imediatamente se virou para o pai que não parecia perdido.
— Pai, a gente tá no bairro da Liz. — Ele avisou um pouco confuso.
— Eu sei. — O mais velho respondeu simplista e Thiago arregalou os olhos.
Quando o carro parou na frente da casa das duas Webber, o adolescente ficou assustado quando o pai saiu de dentro do automóvel e ele imediatamente teve que sair também.
— Hã... Você não vai falar com ela, vai? — Ele perguntou quase desesperado quando o pai se encostou no capô do carro, tirando um cigarro do casaco e o colocando na boca.
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Ah, Meu Pobre Coração!
AlteleCésar sempre gostou de flores, sua mãe lhe ensinara o significado de cada flor e achava aquela linguagem encantadora. A propósito, o Cohen tinha de tudo para ter mais um dia normal na sua vida, ir para o colégio e depois jogar um pouco no computador...