Capítulo 16 (fim)

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  O sol iluminava a cabeça dos alunos que estavam reunidos na quadra, assistindo a uma palestra. Faltavam 4 dias para o baile.

  Thiago e Liz sentavam lado a lado, desinteressados pelo assunto discutido pelo palestrante; em consideração, Liz explicava para ele o horário que o Fritz tinha que buscá-la em casa para o baile.

  Do outro lado da arquibancada, Arthur e Dante discutiam se música poderia ser considerada uma forma de terapia; porém Dante foi facilmente convencido que sim, sem nem precisar ouvir os outros trinta argumentos de Arthur.

  Já César e Beatrice estavam no meio e, dando uma olhada rápida, até pareciam estar prestando atenção na palestra mas dentro dos seus pensamentos eles só conseguiam pensar no baile que aconteceria em poucos dias.

  Alguns minutos depois, Joui apareceu na arquibancada, se sentando ao lado de César e cumprimentando Beatrice.

  — Se atrasou? — César questionou desacreditado e o japonês balançou a cabeça em negação.

  — Um loirinho insuportável foi transferido pro terceiro ano B, tive que apresentar a escola pra ele. — Ele respondeu num tom irritadiço. — Se esbarrarem com alguém chamado Nathaniel, podem fugir que é cilada.

  Os outros dois riram, mesmo que parecesse que Joui estava falando sério (e ele estava).

  Assim que os alunos foram liberados, eles seguiram para as suas salas, até que se encontrassem novamente no intervalo. César, Arthur e Thiago se sentaram juntos, comendo o sanduíche de queijo que eles podiam repetir a vontade na cantina.

  — Então não vai ter mais nenhuma separação repentina? — Arthur perguntou enquanto escondia a boca cheia com a mão.

  — De preferência, não. — Thiago respondeu rindo sem graça. — E você e o Dante?

  — Estamos conversando. A gente tá esperando que ele entenda os próprios sentimentos primeiro, sabe? Mas tá tudo bem, eu pensava que ele era hetero, o tempo de espera ainda é lucro. — Disse o Cervero de bom humor e Thiago assentiu. — Mas a pergunta que não quer calar... César e Beatrice, conseguiram enviar flores para se declarar?

  Os dois se viraram para César que apenas deu de ombros.

  — A gente usou palavras dessa vez.

  — Bom, nada supera uma boa conversa e dedo na cara. — Thiago comentou contente e César sorriu pequeno.

  Quase como combinado, Beatrice e Dante apareceram, sendo acompanhados de Luciano e Fernando, mas os dois mais velhos não ficaram para conversar (alegando estarem ocupado com o baile). Dante se sentou ao lado de Arthur e Beatrice ao lado de César.

  A garota entregou a César a câmera que tinha pegado emprestada e uma polaroid que estampava a foto de um cravo vermelho, o Cohen sorriu sincero, depositando um beijo na bochecha dela.

  — Então, loirinho. — Thiago começou, atraindo a atenção de Dante. — Descobri que meu pai é teu padrinho. Isso faz de nós... meio-irmãos?

  — Teoricamente não faz de nós nada. — Dante respondeu. — Na prática, também não.

  — Justo, justo.

  Beatrice abafou um riso, quase aliviada de não ter outro irmão. César observou o rosto dela por alguns segundos até se lembrar de algo, levantando de supetão e atraindo a atenção de todos.

  — Hã... Vou passar no clube de fotografia.

  — Quer que eu vá? — Beatrice perguntou gentil e César rapidamente assentiu.

Ah, Meu Pobre Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora