Capítulo 10

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  César esperou no fim da rua pelas bicicletas de Arthur e Joui, mas elas não vieram. Quando chegou na escola, o lugar parecia em euforia, alguns alunos do terceiro ano corriam de um lado para o outro enquanto anotavam várias coisas em um caderno e havia vários alunos do primeiro ano conversando animados sobre algo que o cabeludo não entendia.

  O Cohen encontrou Arthur perto da sala de música, enquanto falava com Fernando Carvalho, ele cumprimentou o amigo e acenou tímido para o garoto popular que sorriu para ele.

  — César, você não vai acreditar. — O Cervero disse entusiasmado.

  — O que rolou? — O cabeludo perguntou confuso, mesmo que estivesse com o ânimo de uma porta.

  — Na verdade não era pra ninguém saber ainda, mas... — Arthur fez suspense, em tom alegre.

  — Mas? — César desviou o olhar para Fernando, que sorriu gentil esperando que o Cervero explicasse a situação.

  — Vamos ter um baile!

  O cabeludo quase engasgou quando ouviu aquilo, sem decidir se ria em escárnio ou se reclamava de ter que aturar outra situação social.

  — Um baile?

  — Aham! Eu não lembro o que era... — Arthur olhou para Fernando, pedindo ajuda.

  — O clube de astronomia falou que ia ter um eclipse solar mês que vem, então o Veríssimo disse que ia fazer um baile, mas o professor Renan acabou vazando a informação e a fofoca correu solta. — O garoto de dreads explicou calmo e César suspirou cansado.

  — Ah, ótimo. Mais um dia pra faltar.

  — Sem essa! — Arthur exclamou indignado e o Cohen recuou. — A gente vai tocar! Eu quero que você veja!

  — O senhor Veríssimo nem anunciou oficialmente o baile, e vocês já estão pensando em tocar? — César perguntou franzindo o cenho.

  — Mas é claro! Fer, me dá um minuto. Vou ver se consigo um pouco de energia pro César. — Arthur disse brincando enquanto acenava para o garoto popular, quem sorriu gentil e voltou para dentro da sala do clube de música. — Ei, por que todo esse desânimo? Pensei que você ia estar mais feliz depois do encontro com a Bea.

  — Ah... — César arfou, um pouco deprimido. — Ela me deu isso aqui. — Ele pegou da mochila a foto que Beatrice havia tirado dele com Orpheu, entregando para Arthur.

  — Que bicho é esse? Um urubu? — Arthur perguntou confuso e César sentiu seu rosto abrir um pequeno sorriso.

  O Cervero virou a foto e leu a frase escrita com a caligrafia de Beatrice.

  — Isso é ruim? — Ele perguntou incerto, não tendo a mínima ideia do que aquela frase significava.

  — Amores-perfeitos significam literalmente "penso em você".

  — Pô, mas isso é ótimo. Por que essa cara de quem achou feijão em vez de sorvete?

  — Não sei, acho que é só minha auto-confiança que resolveu tirar férias. — César disse deprimido enquanto se sentava num banco do pátio.

  — Ah, cara, sem essa!

  — É sério! Isso foi acontecer só hoje de manhã. Quando ela me deu a foto só faltou eu me jogar no chão! Mas hoje de manhã eu simplesmente acordei e pensei: "hum, talvez eu não seja tão interessante assim pra ela gostar de mim, ou talvez eu esteja apenas alucinando e a frase na foto seja só um jeito dela falar que gosta de mim como amigo". ARGH! EU NÃO SEI.

Ah, Meu Pobre Coração!Onde histórias criam vida. Descubra agora