17 - Tensões

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Filipa on:

Eu estava parada na porta da diretoria esperando para ser atendida. Tinha batido três vezes seguidas, e até agora nada de ninguém abrir. Lindomar me disse que tinha gente lá dentro e eu teria que esperar para falar com a diretora, mas estava demorando muito, o que estava quase fazendo eu perder a paciência e sair dali.

Porém, depois de um tempo esperando, finalmente a porta se abre e dois alunos saem de dentro da diretora. Respiro fundo para tomar coragem e logo em seguida entro na sala.

— Filipa? – Ruth sorri ao me ver.

— Oi, Ruth... – sorrio desconcertada.

— Aconteceu alguma coisa? – a diretora nota minha expressão. – Não vai me dizer que fez alguma coisa de errado e a professora te mandou para cá como punição, né? – ela fecha o sorriso.

— Não, não é isso... – digo insegura.

— Sente-se e desabafe, estou aqui para escutar. – ela diz cruzando os braços aguardando uma resposta. – O que houve?

— Eu não sei como falar, e tô muito envergonhada pelo que fiz. Mas se não disser, vou cometer uma grande injustiça... – digo e dou uma pausa. – Na verdade, já estou cometendo.

— Minha bola de cristal não está funcionando muito bem hoje, Filipa. Se você não me dizer o que está acontecendo, nunca vou saber o que é. – ela diz séria em um tom de voz irônico.

— Sabe o acontecido do celular? Pois então... Nada é o que parece ser, me enganei e acusei uma pessoa na qual não tinha nada a ver com o roubo. – digo amedrontada.

— A Kessya? – a diretora pergunta já sabendo quem era e eu confirmo com a cabeça. – Filipa, você sabe muito bem que é feio acusar pessoas sem provas, né? Mas como chegou nessa conclusão?

— Por conta de não ter visto se o celular caiu realmente da bolsa dela, e mesmo que tenha caído, eu não tenho provas o suficiente para dizer que foi ela quem roubou. – digo.

— Mas quando você veio aqui havia me garantido de que foi a Kessya que tinha pegado. Por qual motivo está se contradizendo agora? – ela pergunta estranhando.

— Porque eu só acusei ela pelo motivo de não ir com a cara da mesma, mas eu não vi se realmente foi ela que estava envolvida nesse roubo. – digo tentando convencer a diretora.

— Essa história está muito estranha, e para mim não faz o menor sentido. Num dia você afirma um coisa, no outro você nega o acontecido. – Ruth diz desconfiada. – Qual é a verdade???

— A verdade é essa. Basta você tomar uma decisão agora, acredita em mim? – pergunto olhando para ela.

— Tenho que acreditar, né! Já que foi você quem veio fazer a acusação. – ela diz e em seguida pega o telefone. – Vou ligar agora para os responsáveis da Kessya, mas não pense quem sairá impune, Filipa. O que você fez foi muito errado.

— Qual será minha punição? – pergunto.

— Você saberá diante de toda sala. – Ruht diz e aponta para porta. – Agora por favor, se retire da minha sala.

Respiro fundo e levanto da cadeira, assim, saindo da diretoria. Pelo que vejo isso não vai acabar nada bem, e não sei se fiz o certo em mentir dizendo que não vi o celular caindo da bolsa da Kessya.

Mas a Poli tem razão, mesmo não gostando daquela favelada eu sei que ela não teria coragem de fazer isso, principalmente comigo.

Luigi on:

Amor proíbido - (Joento, Polipa, Luiric)Onde histórias criam vida. Descubra agora