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Estar tão perto de S/N atormentava Saul. Ele ansiava por segurar a mão dela e se explicar, pedir perdão e implorar para que ela lhe desse uma chance; não uma segunda chance, não, porque como poderia ser uma segunda chance quando eles mal tiveram a primeira?
Ele a observava com o canto do olho, na esperança de chamar sua atenção e iniciar uma conversa, mas ela nunca olhou para ele.
Ou assim pensou.
Saul nunca viu a maneira como ela olhava para ele quando ele estava de costas para ela. Ele nunca ouviu os suspiros pesados que passaram por seus lábios ou sentiu a forma como seu coração doía sempre que ela percebia que isso era tudo o que ela jamais teria: olhares roubados para quem havia arrancado seu coração do peito tantos anos atrás.
Parecia que eles nunca mais falariam, apesar da distância de 3 metros durante o dia. Enquanto treinavam seus alunos, nenhum deles se atreve a dar o primeiro passo.
Talvez Saul não devesse ter ficado tão agradecido quando encontrou uma desculpa para falar com S/N. Afinal, a desculpa incluía um assunto sério em suas mãos, algo que ele nunca quis perto dela, mas era dolorosamente óbvio que ela teria que enfrentar seu pior pesadelo.
“Um queimado?” S/N franziu as sobrancelhas. Olhando ao redor para ter certeza de que eles estão sozinhos, ela se aproximou e baixou a voz. “Se eles estão tão perto da barreira, isso significa que precisamos fazer mais do que apenas esperar que eles machuquem outra pessoa.”
Os olhos de Saul piscam de seus lábios de volta para seu olhar preocupado, engolindo em seco enquanto ele balança a cabeça. “Sim, estou bem ciente, mas isso pode ter sido uma coincidência.”
Zombando, S/N balança a cabeça, “Que chocante! Saul Silva está mais uma vez com medo de fazer a coisa certa.” S/N comenta, um sorriso sarcástico em seu rosto enquanto ela olha para o céu.
As sobrancelhas de Saul se enrugam, seus olhos se estreitando para S/N, que colocou as mãos nos quadris. "O que isso deveria significar?"
“Significa que”, ela o olha bem nos olhos, “você está com medo de sair por aí e ter certeza”, ela se aproxima dele, o dedo indicador direito apontado para o peito dele, “só porque você acredita em algo que geralmente machuca as pessoas!”
