Black Swan

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A caminhada para a casa de Seokjin foi mais tranquila do que ambos supunham

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A caminhada para a casa de Seokjin foi mais tranquila do que ambos supunham. Namjoon, apesar de afirmar que estava cem por cento bem, sentia algumas dores bastante incômodas. Não parecia ser nada grave, mas era dolorido o suficiente para que não fosse possível fingir para si mesmo que nada tinha acontecido. Felizmente, bom ator que era, podia fingir com maestria para seu anfitrião, e foi o que fez. Não contava, porém, que Seokjin não fosse tão ingênuo a ponto de não perceber coisa alguma. O dono da pousada, contudo, preferiu se calar e deixar que a situação se desdobrasse da maneira que o ator pretendia. Não havia indícios de que uma lesão grave ocorrera e, pelo o que pôde concluir, Namjoon não tinha machucado gravemente nenhuma parte do corpo. Cuidar do pai que mal podia falar fez dele um bom observador; era capaz de quase farejar um problema de saúde, e não sentia o cheiro de nenhum. Namjoon estava bem e inteiro, no máximo tinha algumas escoriações escondidas por baixo de tanta roupa. Era isso que queria checar, e se fosse o caso, tratar.

Seokjin convidou o maior a entrar primeiro, simulando uma mesura, e Namjoon conseguiu rir um pouco antes de entrar na pequena casa. A primeira impressão do hóspede foi que estava diante de um local que devia medir menos da metade do seu apartamento, e isso logo o fez pensar nas razões pelas quais morava sozinho, num lugar tão maior do que as suas necessidades. A segunda impressão foi de que tudo ali era muito bem arrumado e funcional, mas impessoal e um tanto antigo. O telefone sobre a mesinha perto do sofá era de fio, e o quadro na parede, único adorno presente na sala, era de um tipo que se via facilmente na sua infância, quando visitava os avós na cidadela em que sua mãe tinha sido criada. Deduziu rapidamente que aquela casa abrigava Seokjin, mas não lhe pertencia de fato. O minifúndio de gerações tinha sido herdado do pai, que o tinha recebido de seu genitor, e talvez ele sempre tivesse sido assim, tal qual o via agora. A pouca personalidade que notava trazia ecos de anos e anos atrás, reminiscências de alguém que nunca conheceu e nunca viria a conhecer. Era um sentimento nostálgico de algo que nunca tinha vivido, mas que podia dizer que era, ao mesmo tempo, doce e triste.

— Eu detesto tirar um homem de seus sonhos, mas preciso que me acompanhe, Namjoon. — Seokjin falou, o segurando de forma gentil pelo braço. — Sente-se, por favor. A gente tem que ver se tem algum machucado pra poder cuidar.

— Não acho que tem — respondeu meio aéreo, ainda afetado pelas ideias que lhe surgiam, e isso o levou a uma condução fácil para o sofá. — Eu tô bem de verdade, hyung.

— Vamo só tirar a dúvida? A minha, no caso, porque você tá bem seguro já.

— Okay. — Arfou. — O que quer que eu faça?

— Preciso que tire os casacos, a máscara, a touca, as luvas... — Olhou atento para Namjoon, de cima a baixo. — É... É isso.

— Só quer que eu tire isso? — Questionou, jocoso. — O resto eu posso ficar?

Seokjin sorriu, dando de ombros, e Namjoon fez o que lhe foi solicitado, sorrindo também. Um exame leigo e rápido feito por cima das vestes que ficaram foi suficiente para que o mais velho se convencesse de que, de verdade, tudo estava nos conformes. Nenhuma marca de sangue nem volume estranho na estrutura óssea estava visível. Fora isso, Namjoon estava perfeitamente lúcido. Tudo normal.

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