Dia do Desafio e eu não posso não ficar animada com a possibilidade de ficar dois dias no meio do mato sem perspectiva de resgate.
Só que não, o que eu menos quero é ficar no meio do mato sem perspectiva de resgate caso eu decida me jogar no rio ou algum bicho decida me matar do nada.
— Essa é a coisa mais ridícula que eu já tive que fazer. — Digo e Quint ergue as sobrancelhas.
— Acho difícil essa ser a coisa mais ridícula. — Ela comentou como quem não quer nada e eu a encaro.
— Justo. — Dei de ombros.
Claro que Quint está praticamente pulando de animação, esse provavelmente foi o único motivo pra ela ter aceitado vir pra Gregorstaun de qualquer forma
O único problema é que ela está há vinte minutos quieta enquanto esperamos a van que vai nos levar para o tal lugar destinado a minha morte enquanto eu bebo um copo de chá quente, porque está frio pra cacete.
Sério, tá frio pra cacete e querem jogar a gente no meio do mato para acampar. ACAMPAR. Quando eu morrer de hipotermia graças a esse Desafio desgraçado eu vou ter uma conversinha com o filho da puta que criou esse negócio.
— Você está bem? — Perguntei depois de tomar mais um gole, sentindo o líquido quente praticamente me esquentar de dentro pra fora. — Você ficou quieta do nada.
— Não eu só... — ela hesitou e eu ergui as sobrancelhas. — Existem ursos na Escócia?
— Extintos há centenas de anos. — Falei e tirei a tampa do que restava do meu copo de isopor, joguei o conteúdo quente no cascalho, o que atingiu algumas garotas mas não dei a mínima, e em seguida coloquei o copo vazio na minha mochila. — O que é?
— Você e seus crimes ambientais. — Quint disse de forma desaprovadora, negando com a cabeça. — A imprensa vai ficar sabendo.
— Bem, senhorita Greenpeace, não posso fazer nada sobre isso. — Falei e Saks negou com a cabeça enquanto as cinco vans se aproximavam.
— Sabe, eu ainda não acho que isso seja necessário. — Saks disse para Quint. — Quer dizer, eu já me sinto muito auto suficiente e conectada com a natureza.
Revirei os olhos enquanto Saks e Quint conversavam ao entrarmos na van, observei a paisagem e pensei que deveria ter deixado o meu testamento pronto.
Para os padrões escoceses, a manhã estava ensolarada até, o que provavelmente é um bom sinal, mas o Sol não me fez ter uma perspectiva muito melhor de que isso vá acabar bem.
— Talvez não fiquemos tão longe assim uns dos outros. Quer dizer, a gente vai acabar se encontrando em algum momento, né? — Quint pergunta enquanto a van sobe em um morro. Estou respondendo uma mensagem que Henry me enviou, perguntando se algum veado não iria tentar me empalar durante o Desafio, mas a mensagem não envia graças a distância que estávamos da escola.
— Tudo bem, Time A-9, esse é o ponto de vocês. Boa sorte, meninas! — O sr. McGregor diz lá da frente e eu pulo para fora da van rapidamente soltando um suspiro.
— Vamos acabar logo com isso. — Murmuro olhando ao meu redor e só vendo mato, mato, mato, mato, olha uma formiga! Mais mato, mato, mato, céu, mato, mato, mato, pedras e adivinha? Mais mato.
Enquanto o sr. McGregor tira nossas mochilas do porta-malas, Sakshi abre a sua janela e estende a mão com o dedo mindinho levantado.
— Courage, mon amie. — Ela diz e eu cruzo os braços mais uma vez ao ver Quint sorrir e entrelaçar o seu dedo mindinho com o dela.
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Highland Princess - Rocksalt
FanfictionGregorstaun, de todos os lugares em que podia completar seu último ano no ensino médio, apenas tinha que ser naquele pesadelo disfarçado de escola? Quem em sã consciência aceita ir para um lugar com ovelhas, banhos congelantes seis horas da manhã e...