Capítulo 09:

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Dia do Desafio e eu não posso não ficar animada com a possibilidade de ficar dois dias no meio do mato sem perspectiva de resgate.

Só que não, o que eu menos quero é ficar no meio do mato sem perspectiva de resgate caso eu decida me jogar no rio ou algum bicho decida me matar do nada.

— Essa é a coisa mais ridícula que eu já tive que fazer. — Digo e Quint ergue as sobrancelhas.

— Acho difícil essa ser a coisa mais ridícula. — Ela comentou como quem não quer nada e eu a encaro.

— Justo. — Dei de ombros.

Claro que Quint está praticamente pulando de animação, esse provavelmente foi o único motivo pra ela ter aceitado vir pra Gregorstaun de qualquer forma

O único problema é que ela está há vinte minutos quieta enquanto esperamos a van que vai nos levar para o tal lugar destinado a minha morte enquanto eu bebo um copo de chá quente, porque está frio pra cacete.

Sério, tá frio pra cacete e querem jogar a gente no meio do mato para acampar. ACAMPAR. Quando eu morrer de hipotermia graças a esse Desafio desgraçado eu vou ter uma conversinha com o filho da puta que criou esse negócio.

— Você está bem? — Perguntei depois de tomar mais um gole, sentindo o líquido quente praticamente me esquentar de dentro pra fora. — Você ficou quieta do nada.

— Não eu só... — ela hesitou e eu ergui as sobrancelhas. — Existem ursos na Escócia?

— Extintos há centenas de anos. — Falei e tirei a tampa do que restava do meu copo de isopor, joguei o conteúdo quente no cascalho, o que atingiu algumas garotas mas não dei a mínima, e em seguida coloquei o copo vazio na minha mochila. — O que é?

— Você e seus crimes ambientais. — Quint disse de forma desaprovadora, negando com a cabeça. — A imprensa vai ficar sabendo.

— Bem, senhorita Greenpeace, não posso fazer nada sobre isso. — Falei e Saks negou com a cabeça enquanto as cinco vans se aproximavam.

— Sabe, eu ainda não acho que isso seja necessário. — Saks disse para Quint. — Quer dizer, eu já me sinto muito auto suficiente e conectada com a natureza.

Revirei os olhos enquanto Saks e Quint conversavam ao entrarmos na van, observei a paisagem e pensei que deveria ter deixado o meu testamento pronto.

Para os padrões escoceses, a manhã estava ensolarada até, o que provavelmente é um bom sinal, mas o Sol não me fez ter uma perspectiva muito melhor de que isso vá acabar bem.

— Talvez não fiquemos tão longe assim uns dos outros. Quer dizer, a gente vai acabar se encontrando em algum momento, né? — Quint pergunta enquanto a van sobe em um morro. Estou respondendo uma mensagem que Henry me enviou, perguntando se algum veado não iria tentar me empalar durante o Desafio, mas a mensagem não envia graças a distância que estávamos da escola.

— Tudo bem, Time A-9, esse é o ponto de vocês. Boa sorte, meninas! — O sr. McGregor diz lá da frente e eu pulo para fora da van rapidamente soltando um suspiro.

— Vamos acabar logo com isso. — Murmuro olhando ao meu redor e só vendo mato, mato, mato, mato, olha uma formiga! Mais mato, mato, mato, céu, mato, mato, mato, pedras e adivinha? Mais mato.

Enquanto o sr. McGregor tira nossas mochilas do porta-malas, Sakshi abre a sua janela e estende a mão com o dedo mindinho levantado.

Courage, mon amie. — Ela diz e eu cruzo os braços mais uma vez ao ver Quint sorrir e entrelaçar o seu dedo mindinho com o dela.

Highland Princess - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora