Highland Princess - Rocksalt

Capítulo 17:

— Por que você não me fala um pouco sobre as suas rochas? — Perguntei depois de um tempo em silêncio, Quint levantou a cabeça do meu ombro.

Estávamos deitadas na minha cama, a Senhorita Cavaleirinha não tinha voltado para o quarto ainda, o que foi um alívio. Aquela garota é bem estranha, se quiser saber.

Sério, ela ficava me encarando com os olhos arregalados às vezes, prestando atenção em cada movimento meu. Já aconteceu de eu acordar de madrugada e ela estar deitada na cama dela, me encarando.

Essa garota me arrepia, se eu soubesse que seria assim eu teria surtado de novo para conseguir outra colega de quarto, pelo menos. Eu tenho certeza que ela tem um altar dedicado a mim na gaveta dela, eu já a vi pegando fios da minha escova de cabelo.

— Quais rochas? — Ela pergunta e eu dou de ombros.

— A sua favorita. Você tem um monte.

— Você está tentando me distrair perguntando sobre as minhas amostras?

— Está funcionando?

— Com certeza. — Ela abriu um sorriso de lado e eu fiz carinho em seu rosto distraidamente. — Hematita, eu acho.

Começa a chover, para variar, a iluminação no quarto é fraca, mas não me incomodo. Quint está passando os dedos pelo meu braço de forma distraída enquanto organiza os pensamentos, seu cabelo está preso e percebo que ela ainda está usando o colar que eu lhe dei ano passado.

Vamos fingir que isso não me deixa feliz.

— A hematita é magnética, o que já é superlegal. E eu a consegui quando meu pai me levou em Yellowstone no sétimo ano, então é especial, eu acho.

Quint se sentou em cima de mim e eu coloquei minhas mãos em suas coxas, ela sorriu pra mim e eu sorri de volta.

— E aquela rosa?

— Qual? O quartzo rosa?

— Eu não faço ideia, eu só sei que é rosa. — Ela deu risada e me deu um selinho demorado.

— Você é idiota, por isso gosto de você.

— Isso deveria ser um elogio? — Perguntei erguendo as sobrancelhas e Quint concordou.

— Você é minha idiota, então sim, é um elogio.

— Uau, Quint, você realmente sabe como flertar com uma garota, não sabe?

— Com certeza, o que soltar um monte de curiosidades geológicas e bi panics podem lhe trazer. — Ela suspirou falsamente pesarosa e eu sorri. Quint desviou o olhar e respirou fundo. — Acho que eu quero conversar agora.

— Bem, sou toda ouvidos. — Falei fazendo carinho em suas coxas e ela hesitou.

— Tudo tem sido tão complicado e tão estranho, eu acho, desde que Grandmère apareceu lá em casa no ano passado e me contou tudo. E tem dias que eu não queria que eu tivesse descoberto essa parte da minha família em primeiro lugar, mas eu lembro que se eu não tivesse descoberto essa parte eu não teria te conhecido e eu provavelmente não saberia quem você é.

— O que é um crime. — Completei.

— O que é um crime. — Ela concordou solenemente com um sorriso fraco no rosto. — Só vem sendo tão sufocante, às vezes, e eu acho que me sinto meio culpada, porque, bem, eu não trocaria o que nós temos por nada, mas eu ainda preciso me acostumar com tudo isso. — Ela hesitou mais uma vez. — Você...você não está chateada comigo porque tem dias que eu não queria ser uma princesa, está? Porque isso pode significar que eu não queria ter te conhecido, mas eu amo ter te conhecido, Flora e...