Epílogo:

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O silêncio tinha se tornado algo que eu não estava muito acostumada.

Sempre havia o burburinho de conversas no meu escritório ou do outro lado da porta, sempre havia alguém entrando ou saindo, então esse pequeno momento de paz era muito bem-vindo no momento.

— Não sei porque eu deixo você me arrastar pra esse tipo de coisa. — Minha esposa reclama, sua mão junta da minha.

— Porque você me ama, minha rainha. — Eu digo simplesmente e ela revira os olhos. — Qual é, vai me dizer que você não tem boas memórias daqui?

— Pff, quando seu pai me empurrou no rio? Não sei se isso pode ser considerado uma boa memória. — Ela diz e eu dou risada, jogando a cabeça pra trás.

— Eu amo você. — Eu digo, sem esperar sua resposta. Flora sorri como sempre faz, mesmo depois de seis anos juntas.

— Eu também me amo, Quint, obrigada por aumentar meu ego. — Ela diz e eu reviro os olhos, soltando a sua mão. — Ei, ei, eu tô brincando.

— Que mentira, eu sei o tamanho da sua autoestima, Flora Ghislaine Mary Baird.— Ela me encara completamente ofendida, colocando a mão no peito. Eu coloco a mão na cintura, erguendo as sobrancelhas.

— Para sua informação, Majestade — ela diz sarcasticamente —, é Flora Ghislaine Mary Baird Grimaldi Renaldi.

— Por que esses nomes tem que ser tão grandes, hein? — Eu pergunto, voltando a segurar mão dela e ela sorri.

— Eu não tenho culpa se você tem trezentos sobrenomes e eu só tenho um, porque eu sou muito humilde. — Diz a última parte de forma muito séria. Eu a encaro, ela me encara de volta, eu a encaro, ela me encara. Então não consigo me segurar e começo a rir, ela me segue não muito depois.

— Você e humilde na mesma frase. — Solto um suspiro enquanto Flora continua rindo. — Acho que você tem que deixar a vida de rainha pra trás e ir virar comediante.

— Todo mundo sabe que o Seb é o palhaço da família. — Ela diz e chegamos na clareira designada para que montássemos a nossa cabana.

Eu trouxe Flora para acampar muitas vezes nos últimos anos, então não me surpreendo por ela saber exatamente o que fazer agora.

— Anda logo, Quint! — Flora grita do lado de fora da barraca. — Você morreu?

— Engraçadinha. — Digo saindo da barraca. — Você tá ligada que nós somos casadas há três anos, né?

— E daí? — Ela perguntou, mas estava sorrindo. Flora me lançou uma piscadela e entrou na barraca.

— Problemas no paraíso? — Joe pergunta, deitado no chão tentando enfiar o dedo do pé no nariz de Ralph, que estava de olhos fechados jogado no chão.

Os dois bonitos tinham vindo junto, algo sobre protocolo e tal. Mesmo que Grandmère tenha ido há três anos, Lydia ainda me forçava a não burlar o protocolo, o que é um saco — às vezes.

— Que nada, conheço bem a minha garota.

— Fofo, Quint. — Eu escuto ela dizer de dentro da barraca e Joe dá risada.

— Vocês vão ficar bem no rio? — Ele perguntou e eu dei de ombros, de braços cruzados.

— Vocês podem vir se quiserem, mas seria só pra ver a gente se pegando na água e tal. — Eu digo e Joe faz um sol de vômito. Ralph segura o pé de Joe e levanta a cabeça.

— Qualquer coisa gritem, crianças. — Ele diz, como um pai cansado. Ele e Joe se encaram e concordam com a cabeça. Ralph se deita de novo e Joe prontamente volta a tentar enfiar o dedão do pé no nariz dele.

Highland Princess - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora