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[Kisaki]

"Tanto faz"

Tanto faz o caralho.

Nunca vou entender como essa garota consegue me tirar do sério em poucos minutos. Ela toma conta da minha mente e agora não se passa outra coisa na minha cabeça. Eu que sou o tanto faz aqui? Só quero entender, como alguém que conheci por acaso, consegue mexer tanto com a minha mente, já está se tornando caso perdido. Tentar não pensar nela é quase impossível. 

Mesmo que eu não queira, eu estou muito puto com suas atitudes.

Tem muita coisa em cima dessa mesa, papéis, grampeador, canetas... enfim, não importa. Tudo vai para o chão em poucos segundo. Jogo tudo em qualquer lugar dessa sala, fazendo uma bagunça em qualquer lugar que pise, deixando a mesa de vidro limpa. Resisto a tentação de quebrá-la também.  

Ela não é minha, entendo que ela não é de ninguém. Mas ela é a única que conseguiu despertar algo em mim que não seja ódio.

Sento na cadeira e viro de costas para a porta encarando o nada. Já se passaram mais de 10 minutos e Hanma ainda não voltou. Quando penso nisso, a porta abre, e eu viro em um reflexo como de costume. 

Ele está sozinho. 

― O que aconteceu aqui? - ele pergunta apontando para a bagunça.

― Eu joguei - respondi simplista - Sua irmã ainda está no prédio? Preciso falar com ela.

― Eu não faria isso se fosse você. - ele disse com um sorriso de sarcasmo nos lábios, e eu olhei confuso. - Ela não quer falar com você no momento. - ele respondeu sem eu perguntar nada.

― E eu posso saber a razão? - levantei indignado

― Bom, ela te acha maluco e...- parou receoso. - Ela encontrou o Izana no corredor. 

Não posso acreditar.

Uma onda de fúria me invade dos pés a cabeça, e todas as tentações que segurei para não quebrar aquela mesa vão pelos ares junto com ela. Não hesitei em deixá-la em vários pedaços, senti alguns pedaços de vidros entrarem na minha mão, mas nada incômodo no momento.  

― Ficou maluco porra? - Hanma gritou. 

― Mande alguém vir limpar. - falei calmo, mesmo que estivesse fervendo por dentro. 

Saio da sala em um completo silêncio, certamente não voltarei a entrar naquela sala hoje. Quero saber que história é essa de tanto faz. 

Vou até a sala de Izana e bato na porta três vezes, mas ninguém abre. Coloco o ouvido na porta para tentar escutar alguma coisa lá dentro, mas não está acontecendo nada. Quando perco a pouca paciência que me resta, abro a porta de uma vez só e me deparo com uma sala vazia. Não tem ninguém aqui. Fecho a porta bufando, mas então lembro do lugar que Izana se esconde quando não quer trabalhar. 

[Nome]

― O estacionamento? É sério Izana? - indaguei quando chegamos no lugar que ele falou que ia para que ninguém o encontrasse. 

― Antes era a sala do zelador, mas ele me pegou fumando e desde então a sala fica trancada. - ele disse abrindo a porta do seu carro para que eu entrasse no banco do passageiro, deu a volta no carro e entrou também. - Que bom que seu irmão deixou você falar comigo.

― Isso te custou um soco e uma ameaça de morte. - minha fala tirou dele uma risada.

― Normal entre nós. - falou como se realmente fosse a coisa mais normal do mundo. - Ele já tinha me batido antes e feito outra ameaça de morte. - olhei incrédula para ele.

VOCÊ NÃO AMA NINGUÉM |Kisaki|Onde histórias criam vida. Descubra agora