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[Nome]

Confesso que não fiquei tão ansiosa pela festa da Yuzuha, mas já tinha prometido que ia. Depois que Kisaki me deixou em casa, corri para me preparar, já era tarde da noite e Chifuyu me ligava a cada dez minutos para saber se estava pronta. Respondi sua última mensagem bufando e dizendo que já podia ir me buscar.

Olhei no espelho uma última vez antes de sair do quarto, vendo se minha roupa estava boa, pois não me sinto tão segura com as coisas que visto. A noite com Kisaki me fez esquecer completamente dessa festa, lembrei apenas quando cheguei em casa e havia 68 mensagem de Chifuyu e Baji - a maioria perguntando se eu estava viva - então peguei qualquer coisa no armário que combinasse.

Eu estava usando uma calça preta de cintura alta, com rasgos nas coxas, um top preto e uma jaqueta de couro por cima. Mesmo não sendo a melhor roupa já usei, sabia que não deixaria de chamar atenção, nem mesmo de ser paquerada pelo Baji no caminho. E era isso que importava. Minha intenção sempre foi chamar atenção, caso contrário não fazia sentido sair de casa.

Sai praticamente correndo do quarto, encontrei meu irmão na sala jogado no sofá e mesmo assim passei direto. Shuji já sabia que eu estava de saída, e com pressa, então não me parou quando apenas dei tchau. Baji já me esperava no carro do lado de fora, com Chifuyu sentado no banco da frente.

Como esperado, Baji começou com suas provocações maliciosas. Revirei os olhos, mas não consegui evitar o sorrisinho. Coloquei o cinto e me acomodei melhor no banco. Chifuyu tirou algo do bolso que chamou minha atenção.

― Ei [Nome]...- o loiro me chama levantando o zip lock. - Pega aqui. 

― Ainda não chegamos Chifuyu - Baji repreendeu.

― Só quero dar uma animada antes de chegar - o loiro sorriu cínico - E a Yuzuha vai barrar qualquer tipo de coisa ilícita na entrada. 

― Qual foi Kei? - falei manhosa. - não vai fazer mal. - o moreno me olhou de canto e deu de ombros. 

Peguei os comprimidos e coloquei todos na minha mão, escolhi um de cor amarela, que tinha um rostinho sorrindo. Devolvi o resto e coloquei o meu na língua, mas não engoli, apenas deixei se desmanchar na minha boca, mesmo que o gosto fosse horrível.

― Só tenta não se matar - Baji disse quando deitei a cabeça no banco.

Permaneci calada o resto da ida até a casa da Yuzuha. A casa dos Shiba era a maior de todas as que eu já fui. Espaçoso, aconchegante e eu facilmente me perderia lá dentro se estivesse sozinha. 

Yuzuha não era lá a pessoa mais festiva que eu já conheci, na verdade, eram raras as vezes em que eu via ela em alguma festa. Então imaginei que seria algo leve, apenas para os mais chegados. Nada demais. 

Quando passei pela porta, estranhei um pouco o ambiente, não havia metade das pessoas que eu estava acostumada. Pelo menos tinha espaço para respirar. Freak - Sub urban era a única coisa audível naquele lugar, o som estava ensurdecedor. Logo imaginei que seria ideia de um dos homens que moram com ela.  

― Demoraram demais - escutei exageradamente perto do meu ouvido. Virei e vi Hakkai sorrindo largo, ele cheirava a álcool.  

― Cadê sua irmã? - perguntei tirando o sorriso do seu rosto. 

― É bom ver você também, [Nome] - revirou os olhos. 

― Não chega perto... - Baji entrou na frente - Você já está bêbado Hakkai. 

― E qual o problema? - deu a volta no moreno e jogou o braço direito por cima dos meus ombros. - Você nunca ficou bêbado? 

― Eu sei beber. - deu de ombros me tirando de perto. - E você não vai fazer a cabeça dela esta noite. 

VOCÊ NÃO AMA NINGUÉM |Kisaki|Onde histórias criam vida. Descubra agora