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[Nome]

Kisaki não parece ser o tipo de homem que se arrepende do que faz. Na verdade, tudo o que ele faz é muito bem pensado, posso conhecê-lo a pouco tempo, mas conheço bem o suficiente para saber que ele pensa em absolutamente tudo. Cada passo seu é minimamente pensado. Ele só não pensou em uma única coisa. Eu aparecer.

Tão esperto e ao mesmo tempo tão burro.

Na cabeça dele, eu não teria coragem suficiente para enfrentá-lo. Não teria coragem de dar um basta. Mas aqui estou eu, olhando no fundo dos seus olhos, enquanto seguro a gola de sua camisa com uma mão.

Ele não vai fazer nada comigo. Ele não conseguiria me machucar. Sei disso melhor do que ele mesmo.

-- Onde você tava com a porra da cabeça? - falei. - Eu não sou sua propriedade onde você pode colocar vigias.

-- [Nome], nós vamos conversar.

-- De forma alguma! Nós não vamos conversar. - solto sua camisa. - Eu não tenho nada pra conversar com você. - Dou as costas mas sinto meu braço ser puxado com força.

-- Você precisa me ouvir. - ele praticamente implora.

Sua mão me machuca, então eu balanço o braço na tentativa de me soltar, é quando somos surpreendidos por Shuji, que derrubar Kisaki com um golpe.

-- Não volte a encostar a mão nela Kisaki. Nunca mais. - ele vai até Kisaki. - Eu falei uma vez, eu te respeito e te admiro, mas não mexa com a minha irmã ou eu mato você. - o que Shuji faz a seguir, se resume em uma sequência de tortura. Suas mãos ficam sujas e eu não consigo identificar se o sangue é apenas de Kisaki ou também tem sangue dele ali.

Enquanto isso, levanto as cadeiras dos dois irmãos e corto as cordas que amarram suas mãos. Ran ainda esta inconsciente, Rindou também não está nada bem. Não quero imaginar o que aconteceu aqui, nem sei se eu deveria perguntar.

Rindou se arrasta até o irmão, então eu o ajudo a chegar mais perto. Seu rosto sangra e algumas lágrimas são visíveis.

-- Por favor, leva ele ao Hospital, por favor. - ele implora me olhando nos olhos.

-- É claro que eu vou levar vocês dois. É o mínimo que eu faço.

-- Ele usou aquela barra de ferro em nós dois. Aquela coisa é pesada pra caralho. - avistei a barra de ferro do outro lado do quarto banhada de sangue. Eu não teria aguentado sequer o primeiro golpe.

-- Que otário...- sussurrei em choque. - Shuji, você já pode parar. Eles precisam ir ao hospital.

Shuji deixa Kisaki de lado e pega Ran nos braços enquanto Ajudo Rindou a levantar. Ele conseguia reagir bem, não precisava se esforçar tanto para se manter acordado.

-- Mude essa cara...- Rindou fala - Nada disso é culpa sua.

-- Não vai mudar o que eu sinto. Você sabe. - ele se cala. - E quanto ao...

-- Você não vai se preocupar com ele não é? - meu irmão responde de forma seca.

-- Desculpe se eu tenho coração. - meu irmão revira os olhos.

-- Não foi grave. Ele tá consciente e consegue dirigir até um hospital. - com essa resposta ele sai do quarto.

Deixei Rindou sentado por um momento, não conseguiria ir e deixar ele ali sangrando sem fazer nada.

Fui até Kisaki, mesmo com toda a raiva que ainda sentia, toquei levemente seu rosto machucado e tive a impressão de vê-lo reclamando de dor. Sua mão tocou a minha, dessa vez de forma gentil, onde ele alisou vagarosamente o dorso da minha mão com a ponta dos dedos, e se esforçou para abrir os olhos.

VOCÊ NÃO AMA NINGUÉM |Kisaki|Onde histórias criam vida. Descubra agora