Capítulo 11

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Lois entra pela porta pé ante pé na casa silenciosa, quando ia se aproximando da sala, seu pai surge da porta da sala de jantar, ela congela diante do olhar dele, este tinha o ar mais severo do que nunca, ela estava completamente molhada pela chuva os cabelos grudados na nuca, e sentia-se como se estivesse escrito na sua testa o que tinha acabado de fazer com Clark.  

- Onde esteve até agora? — A voz do general mais parecia um trovão.  

- Pai, deixa eu explicar. — Pela primeira vez em anos Lois sentia-se novamente uma criança diante do pai, pois a culpa colaborava muito para coloca-la naquela posição submissa.  

- Eu confiei em você e neste tal de Kent, e o que você fez? Traiu minha confiança! Me traiu! Ficou agindo como uma vagabunda chegando neste estado a essa hora da noite! Suba, vista-se que vamos embora agora. — Ele gritava imperioso.  

- Mas, papai. — Lois tentava argumentar.  

- Agora! — Ele grita forte.  

- Tio, acalme-se! Tente ouvir Lois primeiro, ela deve Ter algum motivo para chegar a essa hora, pode ser a chuva. — Chloe abraça a prima tentando argumentar.  

- Não tem argumentos para isso, se tivesse preocupações em relação a honra da sua família teria vindo por baixo de chuva como veio agora, teria vindo mais cedo, ou melhor, nem teria saído de casa, já que essa chuva se anunciava. — Fala o general irredutível.  

- Papai, não pode nos separar assim. — Lois começava a chorar nos braços da prima.  

- Senhor, por favor tio, pense bem, está de cabeça quente. — Chloe fala calmamente, tentando fazê-lo ponderar.  

- Vamos agora e pronto! — Ele diz irredutível, cheio de ira.  

Lois sai como um raio dos braços de Chloe e se aproxima dele olhando-o nos olhos com fúria e fala:  

- Não pode me mandar como um dos seus soldadinhos, não me afastarei de Clark, eu o amo e farei de tudo para ficar ao lado dele.  

O general desfere um tapa no rosto da filha, e essa cai no chão fazendo Chloe correr para ajuda-la: 

- Meu Deus, tio!  

- Eu sei o que é melhor para você! Eu sou seu pai! Você é uma menina que ainda não sabe nada sobre a sua vida! Então cale-se! Se não vai me escutar por bem, será por mal, nem que a tranque dentro de um quartel ou um convento, seja lá o que for, eu provarei quem manda aqui, se demorei para isso saberá agora. — O homem a puxa pelo braço e sai arrastando a moça para o carro enquanto falava. — Se a prudência lhe falta a mente, eu a colocarei a força ai...John! Vamos partir!  

O motorista aproxima-se correndo e abre o carro, o homem empurra a moça no banco de trás, dá a volta e senta-se no banco da frente, e rapidamente o carro parte com Lois em lágrimas, cabelos escondendo o rosto que certamente ficaria contundido pelo tapa.  

Chloe observava da varanda o carro partir, sentiu sua mãe se aproximar por trás e disse amargurada entre lágrimas:  

- Por que você não fez nada?  

- Você sabe minha opinião, sabe o que penso, e ele está certo. Espero que isso sirva de aviso, se souber que você andou cometendo o mesmo erro com aquele negrinho, eu faço o mesmo Chloe Sullivan, escravos não devem se relacionar com os nobres. — Ela fala imponente, cheia de soberba.  

- Ele não escravo. — Chloe fala entre dente.  

- Preto sempre será escravo, como preto sempre será preto e imundo. — Ela fala virando-se para partir, as palavras de Chloe a fazem estancar.  

- Imunda é você, sua alma é mais nojenta do que tudo isso que pensa ser certo. Tudo isso, você ainda vai pagar por cada lágrima minha e da minha prima. Agora sei por que minha tia morreu, e foi por culpa sua. Culpa sua. Eu já sei o por que de tudo. Não sei como consegue dormir com tantos fantasmas a sua volta.  

Chloe vira-se e passa pela mãe esbarrando nela, sem olhar para trás, sentindo nojo e marcando o ponto final no relacionamento delas. Provocando lágrimas na mulher fria, pois as feridas tinham sido apertadas e a filha sabia disso.


FIM DO VOLUME UM

Escolhas: Pela Felicidade - Vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora