O X no mapa do tesouro leva até você

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– Você ainda não levantou?! – O Choi exclamou, afobado com minha demora.

Ele tinha uma vassoura em mãos agora e tentava deixar a sala exatamente do jeito que encontrou, sem migalhas de salgadinho ou pacotes de camisinha abertos pelo chão.

– Se a Haneul souber que eu vim aqui, ainda mais com outra pessoa, vai contar tudo pro nosso pai, e você vai descobrir com quem eu aprendi a socar as pessoas!

– Por que você não me contou? – Interrompi seu discurso desesperado, segurando a moldura com força. A forma como Minhyuk sorria na foto me dava calafrios, e descobrir que San sabia que ele ficava comigo enquanto namorava a própria irmã embrulhava meu estômago.

Ele finalmente prestou atenção em mim, se aproximando ao deixar a vassoura de lado. Então, vendo o que eu segurava, suspirou, se sentando na beira do sofá enquanto me olhava.

– Eu contei. – Disse numa voz calma, contrastando com o estado apressado que estava um segundo antes. – Você não queria me ouvir e eu tentei mais de uma vez.

– Poderia ter me contado com mais clareza!

Sua expressão mudou de confusa para irritada, e se levantando para resgatar o objeto de limpeza, ele voltou a varrer.

– Sinceramente, vai se foder. – Mesmo que sua frase tenha sido ignorante, ele continuava com a voz tranquila. – Você pouco se importou e se quisesse mesmo saber se era verdade ou não, teria perguntado a ele. Mas você não fez questão. Você queria ficar com ele de qualquer jeito.

Me calei, tentando encontrar algum argumento que pudesse me defender. San jogava o conteúdo varrido numa sacola plástica, as mangas da camisa dobradas até o cotovelo o deixavam muito bonito.

– Se eu soubesse que era sua irmã...

– Não ia mudar nada. – Ele me interrompeu, olhando diretamente em meus olhos. – Você estava cego sendo um cuzão. Na verdade, vocês dois foram cuzões. Ele mais ainda. Ele sabia que o que tava fazendo era errado e mesmo assim, só parava quando eu tava perto.

Engoli a saliva, aceitando suas palavras por não ter o que dizer em minha defesa. Realmente havia passado por minha cabeça que poderia tê-lo, mesmo que eu tivesse que roubá-lo de alguém.

– Por que você não contou pra ela, então?

Ele ergueu os ombros.

– Não me importo.

A sala estava impecável, e adentrando a casa para cômodos que eu ainda não havia visitado, San me deixou sozinho. Finalmente resolvi me levantar, vestindo a cueca que estava dobrada na beira do sofá, junto com minhas roupas de ontem. Ele devia ter colocado mais perto para que eu pudesse me arrumar rápido, por mais que a pequena discussão tenha atrasado tudo.

Estava vestindo a calça quando ele retornou. Com uma das camisas de botões que usava na faculdade, trazia um ar diferente nesse momento. A gola amarrotada e as mangas dobradas o deixavam sexy, em conjunto com o cabelo sem pentear. E, para contrastar com essas características, ele trazia um biquinho quase imperceptível nos lábios, como se estivesse emburrado.

Mesmo que ainda sem camisa, me aproximei de si. Ele andava em direção ao banheiro, mas quando me coloquei a sua frente, foi impedido de continuar. Seus braços se cruzaram em defesa e ele não olhava pro meu rosto, achando mais interessante encarar algum lugar aleatório.

– Ficou chateadinho? – Perguntei, minhas mãos tentando desfazer a barreira que ele tinha posto com seus braços. E ele permitiu que eu fizesse isso, deixando os braços caírem ao lado de seu corpo. – Olha pra mim.

You Are So Good (At Being Bad)Onde histórias criam vida. Descubra agora