CAPÍTULO 3

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Quando escutei a gargalhada de Regina naquele dia, fiquei muito surpreso, ela parecia sempre estar com medo de todos, até mesmo de Tilan e de mim.

Foi verdade que Tilan a desprezou desde o seu nascimento conturbado, até aquele momento.

Ninguém nunca tinha visto a pequena Regina descontraída e feliz.

Ela sempre me pareceu tristonha e amedrontada.

Mas algo nela a fez se abrir imediatamente.

O destino e suas peças.

— Vim para buscá-la. Falei para Tilan subindo as escadas do pórtico de nove colunas.

— Estávamos a caminho vossa alteza. Ela falou.

— Seus convidados já estão reunidos. Falei para ele.

Escutei a gargalhada infantil e olhei na direção da porta, onde a jovem senhorita que eu havia salvado no dia anterior, estava com Regina no colo.

— Eu vou morder você. Ela falou e a apertou, enfiando o rosto nos cabelos loiros da menina que gargalhou novamente.

A jovem senhorita olhou para sua frente enquanto ria com Regina e seus olhos capturaram os meus.

A risada suavizou e ficou apenas um sorriso cortês nos lábios cor de cereja.

Por um momento eu me perdi nos olhos dela, como se uma corrente de água me levasse para mais próximo.

Senti como se a minha alma estivesse se encontrando finalmente naqueles olhos grandes.

Ela segurava Regina nos braços e ela estava com a cabeça apoiada em seu ombro esquerdo.

Ela não contava me encontrar novamente, não contava com aquele jogo do destino, não contava que o primeiro homem que lhe chamou atenção estivesse ali perto dela, mas lá estávamos nós, nos encontrando outra vez.

— Vossa alteza, essa é minha irmã mais nova, Maya. Tilan falou.

Desviei os olhos para Tilan e depois olhei para ela novamente.

O nome pequeno e simples combinava com ela.

A jovem senhorita me olhou por um longo tempo e depois sorriu.

— Olá, Maya. Falei para ela.

— Senhor. Ela falou e fez uma reverência.

A babá se aproximou dela a mando da marquesa e pegou Regina dos braços dela.

O vestido amarelo, mais parecia uma túnica de tão largo e era aparente que estava velho.

Seus cabelos estavam presos em um coque com grampos de rubis.

Nada das coisas que ela usava se combinavam, ou combinavam com ela, mas mesmo assim ela ainda tinha algo que chamava a atenção, algo que a deixava bonita e sedutora.

A marquesa se aproximou e com a bengala que levava na mão bateu na perna da jovem senhorita.

Ela caiu de joelhos e baixou os olhos.

— Você é tão ousada e atrevida quanto sua mãe. A marquesa falou.

A jovem senhorita olhou para ela e em seus olhos havia apenas delicadeza.

— Está me castigando por cometer um erro ou por ser filha da minha mãe? Ela perguntou com calma e serenidade.

A marquesa deixou sua bengala cair no chão e deu uma bofetada forte na jovem.

— Mamãe. Tilan repreendeu.

A marquesa desceu as escadas do pórtico e se foi, aparada por sua serva.

A Esposa Do Duque Onde histórias criam vida. Descubra agora