CAPÍTULO 2

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Chegar em casa para mim era um grande martírio, era sempre o momento da disputa, foi exatamente por isso que não avisei para ninguém, fui diretamente para minha casa e depois de me lavar deitei na minha cama e dormi rapidamente.

Quando acordei no meio daquela noite, com aquele mesmo pesadelo, me senti cansado de tudo aquilo, a superficialidade das esposas e aquela caçada interminável.

Levantei e saí para caminhar no jardim, o frio terrível me acalentou e eu fiquei menos desanimado.

O pesadelo que eu sempre tinha, na verdade era uma lembrança, do meu pai e do meu irmão mais velho morrendo no campo de batalha. 

Era a lembrança mais terrível que me atormentava há muitos anos.

Eu tinha apenas 17 anos de idade, quando tudo aconteceu.

Depois que meu corpo saiu daquele entorpecimento, voltei para dentro.

O dia seguinte seria longo e maçante, eu não queria nem pensar. 

Revirei na cama, mas fui incapaz de dormir.

E pensar que naquela mesma tarde, antes de eu voltar para casa, ela tinha chegado à cidade, na mansão da cidade do marquês de Dévilmarin, onde o filho mais velho dele morava com a esposa.

Aqueles dias eram os dias do aniversário de Tilan, e embora ela estivesse gravemente doente, insistiu em dar uma grande festa, por isso na mansão da cidade do marquês de Dévilmarin, estava não só o filho mais velho e a esposa, como também estavam o marquês e a marquesa, sua concubina e as duas filhas dela.

Quando ela chegou na mansão, foi recebida apenas pelo irmão mais velho e pela cunhada.

Era um fato que a marquesa odiava a jovem senhorita mais que a todas.

Ela era simplesmente a filha da mulher que o marquês mais amou em toda a sua vida.

A concubina Siena era de Verssalon e foi dada ao marquês por seu pai, o barão de Daren.

Quando ela foi mandada embora pela marquesa, sua filha foi também mandada com ela, mas diferente do que achou que seria, quando voltou para casa, foi rechaçada pelo pai e foi morar em um vilarejo pequeno e simples de Verssalon.

Foi violentada por um homem bêbado e acabou ficando grávida da pequena Clara.

Elas trabalhavam ali mesmo e ganhavam seu próprio sustento.

Depois que a concubina Siena morreu, de uma enfermidade incurável, suas filhas e a serva ainda viveram alguns meses no vilarejo.

Quando seu pai mandou buscá-la de volta, ela já tinha alguém que gostava dela, o senhor Elin, barão de Verssa, que era seu amigo de infância a acompanhou até a cidade fronteiriça, para mostrar a ela o quanto lhe estimava.

Mas ela não tinha sentimentos tão profundos por ele, como ele tinha por ela.

O jovem rapaz engoliu o próprio orgulho e atravessou a fronteira mesmo prometendo a si mesmo que nunca faria isso em sua vida.

— Irmã, veja você, como está crescida. Yener disse a ela.

Ela o abraçou e as lágrimas tomaram seus olhos.

Foi a primeira vez que Clara e Melina viam um homem abraçando ela.

— Eu senti a sua falta. Ela disse enquanto as lágrimas deslizavam por sua face.

— Eu também senti, desculpe não ter ido visitar você, minha mãe não permitiu. Ele disse.

Eles se afastaram e ela sorriu para ele, depois olhou para Clara e estendeu a mão para ela.

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