CAPÍTULO 12

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Ao chegar em casa, levei Maya para o quarto de banho, coloquei ela de pé, diante de mim e seus olhos verdes fitaram os meus.

— Vou chamar uma serva para ajudar você. Falei para ela.

— Eu não quero uma serva, meu senhor, pode me ajudar? Ela perguntou.

Em seus olhos não havia nada, além de resignação.

— Você tem certeza? Perguntei em um sussurro.

— Eu sou sua, meu senhor não deveria me fazer essa pergunta quando carrega em seu dedo o símbolo de sua posse. Ela falou com calma.

— Posse? Perguntei para ela.

— Sim, meu senhor me possui, e eu não vou mais tentar ficar distante. Ela sussurrou.

Me afastei por um momento ao entender o que estava além de suas palavras.

— Eu sou um homem menina, você só é uma criança; como eu? Sendo um homem, poderia me aproveitar disso? Perguntei e comecei a tirar suas roupas rasgadas.

— Para sua desgraça meu senhor, eu já sou uma mulher, que não tem um bom destino. Ela sussurrou enquanto eu lhe guiava para a tina de banho.

A melancolia dela me deixava ainda pior do que eu já estava me sentindo, era como se o fato de ela acreditar que não tinha um bom destino, afirmasse o quão desprezível eu era.

— O que é bom destino para você? Perguntei enquanto lavava sua pele.

— Paz. Ela sussurrou.

— Então estamos de acordo. Falei para ela.

Depois que terminei de lavá-la, vesti-la e colocá-la na cama para descansar, saí da casa e fui para fora.

Caminhei na direção do pórtico de entrada e nesse momento as carruagens entraram.

Gael trazia o corpo da menina que servia Maya.

Parei a frente dele e olhei o rosto sem vida da garota.

— Leve o corpo dela para a prefeitura, diga ao sumo-sacerdote para fazer as honrarias da preparação, mande avisar a família e que ela tenha o mais belo dos funerais. Falei para ele.

Assim que Durgan chegou com Melina, eu montei meu cavalo e pedi a ela que ficasse com Maya até que eu voltasse.

Ela entrou sem dizer nada e foi diretamente para meu pátio.

Eu e Durgan seguimos para a rua, ebquanto ele ainda arrastava o homem.

Seguimos para as masmorras e desmontamos.

Os guardas que estavam às portas pararam e eu os ordenei que levassem o homem para a sala de torturas, que ficava bem no centro das celas dos encarcerados.

— O que você pretende? Durgan perguntou.

— Se você não quiser assistir, não assista, mas não me impeça de fazer isso. Falei ao desmontar o cavalo.

Ele não me impediu e entrou comigo na sala, sentou à parte e me assistiu tirar a túnica mais grossa e ficar só com a branca de linho.

Os presos ao redor acordaram e saíram de seus lugares para olhar o que estava acontecendo.

Tirei minha adaga da bota e cortei a túnica que ele usava.

Peguei água e joguei nele, que acordou tossindo.

— Você voltou. Falei para ele calmamente.

Os olhos atordoados me fitaram e ele logo em seguida os arregalou.

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