cap 15

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Não esqueçam de volta e comenta
Boa leitura ❤️

Xiao suspirou mais uma vez vendo a figura masculina que não desgrudava os olhos da janela nem por um momento. Em nada se parecia com o homem que estava completamente entregue em seus braços na madrugada. Na verdade, desde que os caminhos dos dois se cruzaram Xiao não o vira mais distante do que agora. E ele estava profundamente incomodado com o fato de estar preocupado com isso.

Balançou a cabeça querendo desvencilhar-se de tal ideia. Onde já se viu? Preocupar-se com Yibo, praticamente um rei de ferro encarnado.

Porém ele simplesmente se sentia assim. Yibo um problema que ele era compelido a resolver, mas quanto mais se empenhava atrás da solução, mas se embreava com as variáveis. Nervoso, passou as mãos pela rosto, encarando mais uma vez a impassibilidade daquele homem. Como

ele conseguia aquilo? Era sempre tão cheio de si quando abria a boca, dono de uma

personalidade forte, e ainda sim, especialmente naquele momento, parecia extremamente frágil. Xiao não soube dizer se foi pelo modo com que ele encarava as construções que passavam pela janela do carro, o olhar perdido ou se foi pelo modo com que seu dedo indicador brincava com o anel que se encontrava no anelar - ele parecia danificado - Xiao

queria saber mais sobre o seu passado, e como ele teria adquirido aquela postura tão incomum. Querendo causar qualquer mínima alternância no estado dele, assim que o taxi virou em uma curva qualquer, comentou:

- Falei com um parceiro meu usando o seu telefone hoje.

Funcionou melhor do que imaginara. Yibo voltou-se para ele, retirando os óculos escuros com os dedos angulosos, olhando-o com atenção. Xiao pode vislumbrar mais uma vez o roxo escuro em baixo dos olhos frios. Ele não teria dormido bem aquela noite? Mas, como? Ele mesmo, depois da noite que compartilharam, dormira o sono dos justos e levantara completamente

descansado.

- Que horas? - Ele perguntou.

- Logo depois do almoço, você tinha ido ao banheiro.

Yibo simplesmente murmurou um "ah", mas antes de tornar-se a virar para frente, prolongou o contado visual com Xiao.

- Ele disse que a imprensa não será mais um problema - Abaixou o tom de voz, para que o taxista não o escutasse - Houve um atentado hoje pela manhã em Boston, dois malditos eclodiram bombas na maratona anual. O FBI vai resolver meu caso na surdina, não quero mais um problema circulando pela mídia.

Yibo permaneceu alguns segundos em silêncio, para depois murmurar um breve "muito bom".

- Muito bom? - Xiao perguntou ironicamente - Sua cidade, seu país sofreu um atentado, Yibo. Como isso pode ser bom?

O Federal conseguiu a atenção dele mais uma vez, que virou-se para ele com uma sobrancelha arqueada.

- Eu deveria saber. Você é um tipo de americanozinho exemplar. Deve sustentar o discurso de que os primeiros colonizadores foram trazidos para cá graças a intervenção divina, não é?

Novidade para você, Federal, seus primeiros colonos eram figuras que foram praticamente enxotadas da Inglaterra a ponta pés! Religiosos perseguidos e camponeses sem onde trabalhar. Nada muito divino se quer saber. Além do mais, posso ter vivido aqui a maior parte

da minha vida, mas não sou americano, agente. E francamente? Desde que não atrapalhe os meus negócios eu estou pouco me lixando para o que acontece com a porra do seu país.

- Yibo... - Xiao começou a falar, com tom repreensor, mas Yibo simplesmente o ignorou.

- Você devia deixar esse patriotismo de lado por um minuto, e pensar racionalmente. É

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