Cap 37

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Boa leitura 🔥

Xiao bateu a campainha do apartamento de Yibo, esperou alguns segundos, impaciente, mas não ouviu nada que indicasse que ele estava caminhando para a entrada. Bateu novamente, agora na madeira da porta, com os punhos fechados.

Sentiu-se estranho, como se pressentisse algo.

Em uma última tentativa, Xiao girou a maçaneta da porta. Estava aberta. E aquele fato simplesmente elevou a sua preocupação em níveis inimagináveis.

Alguém entrara ali? Engoliu em seco, e adentrou o ambiente o mais silenciosamente que pôde. Amaldiçoou-se por não ter vindo armado, na pressa de sair, nem se lembrou daquele detalhe.

Fechou a porta devagar e caminhou cautelosamente pelo corredor que dava para a sala. Contudo, toda a sua racionalidade foi embora quando vislumbrou o cabelo de Yibo. Ele estava ajoelhado?

– Yibo…– chamou, a voz rouca. Mas o homem não se virou para ele.

Com o coração batendo freneticamente, o federal deu a volta no sofá, e a cena que encontrou fez todo o seu mundo parar por um mísero instante. O corpo mole de Yibo caindo sobre uma lâmina afiada.

Um grunhido de desespero saiu pela garganta e Xiao praticamente pulou até a figura ausente de Yibo. Com uma das mãos agarrou os ombros dele, e com a outra segurou o cabo da faca. O federal retirou o objeto afiado das mãos, e virou o corpo do mafioso, deitando-o delicadamente no chão.

O desespero dele cresceu enquanto analisava o rosto delicado do homem. Tanto tempo sem vê-lo e agora a encontrava assim, ainda mais branco, as feições ausentes, os olhos morbidamente fechados.

Foi como se algo pesado dilacerasse seu peito.

– Yibo? – A voz estava apavorada. Sem obter uma resposta, Xiao firmou suas mãos nos ombros dele. sacudindo-o.

O mafioso sabia que se encontrava no meio de uma alucinação. Sim, ele tinha ficado maluco, pois podia jurar que aquelas mãos, que aquele timbre de voz, que até mesmo aquele cheiro de homem, pertenciam a Xiao.

Yibo jamais abriria os olhos para encarar a realidade, e assim espantando Xiao de suas alucinações. Jamais abriria os olhos para descobrir que ele estava morto.

Morto, morto, morto…

De certa forma, ele sentia-se morto também. Soltou um murmúrio de dor, um som arrastado, lamurioso e sofrido. Mas nada que saísse por seus lábios poderia externar a dor que realmente sentia. O vazio que, de repente, tomou conta dele.

– Yibo? – Xiao chamou com mais afinco quando ouviu o som que indicava dor. Ele teria se machucado com a faca? Mas não havia sangue! – Inferno, Yibo? O que você está sentindo?

– Dor – ele respondeu, a voz baixa e fraca. Xiao nunca tinha ouvido aquele tom vindo dele e o fato o apavorou ainda mais. – Dói demais…

– Onde... Onde está doendo? – A voz do federal beirava a insanidade agora, Suas mãos e olhos vasculharam o corpo masculino a procura de algum machucado – Você se feriu com a faca? Me diga! Me mostre... onde dói, onde?

Os lábios de Yibo contorceram-se e então ele abriu a boca tomando uma lufada de ar.

– Todo o lugar…– Xiao puxou o rosto de Yibo para cima.

– Do que está falando? Olhe para mim. – pediu, o tom de voz suplicante.

– Eu não posso... – balançou a cabeça enfaticamente e então uma de suas mãos
agarrou firmemente o braço dele – Não posso... Você vai embora se eu abrir os olhos.

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