Capítulo XIV - Te Quero Tanto

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AVISO IMPORTANTE: este capítulo contém cenas de sexo e nudez.

Um gemido de alívio escapou da garganta ao fechar a porta do meu apartamento. Exausta, segui para o banheiro, retirando a jaqueta e o coldre da pistola pelo caminho.

Após receber os relatórios, papai despachou cerca de quinze agentes de confiança para se espalharem pelo Cairo, dando enfoque maior para as escavações e localidades antigas. Eu e Marc nos separamos também, seguimos lados opostos da cidade. Caso alguém encontrasse informações importantes ou mesmo os próprios devotos de Ammit, seria transmitido através de um código pelos comunicadores que cada um recebeu na empresa.

A operação durou o dia e praticamente a noite inteira. Precisei desmarcar o jantar na casa dos meus pais por isso, mamãe ficou furiosa e não escapei de uma longa sessão de dramas, mas foi melhor assim, o clima entre papai e eu não estaria dos melhores.

Acabei encontrando dois devotos de Ammit saindo de um prédio abandonado no começo da madrugada, os reconheci pelas tatuagens de balança marcadas nos antebraços desnudos. Foram horas seguindo cada passo que davam, que não rendeu absolutamente nada, uma vez que visitaram apenas uma lojinha de conveniência, um bar, uma farmácia e voltaram para o prédio. Marquei a localização da construção e realizei anotações sobre a aparência, as ações e os locais que aqueles devotos fizeram, compartilhando-o no relatório online que todos os agentes da operação tinham acesso.

Voltei para o apartamento no amanhecer. Sabia que Marc tinha voltado um pouco antes pelas curtas mensagens que trocamos.

Pretendia tomar um banho relaxante e descansar algumas horas para voltar a procurar Harrow e os devotos de Ammit. O primeiro ponto eu fiz com todo gosto, demorei um bom tempo embaixo da água quente, aproveitando a sensação dos músculos relaxando. Vesti minha camisola, passei uma pomada no arranhão do chacal no pescoço e sai do banheiro. Meus olhos foram parar na porta a direita do outro lado do corredor. Estava entreaberta, deixando o sol da manhã ofuscado pela cortina pintar o piso. A ânsia de ver Marc depois de horas corroía meus ossos, naquela sensação esquisita de necessidade e desejo que eu tinha desde que o vi em Abu Simbel. Os meus pés moveram-se no automático e eu adentrei o seu quarto.

A visão que eu tive foi de causar um rebuliço dentro de mim. Dizer que eu me arrependi de ter ido até lá seria uma mentira tenebrosa. Marc estava sentado ao lado da cama, com as costas apoiadas em sua lateral, uma garrafa quase vazia de whisky - que eu reconheci ser de meu acervo de bebidas destinadas a dias estressantes - pendia de sua mão. O tronco definido, desprovido de qualquer roupa, era banhado pela luz do sol amena da manhã, assim como as pernas fortes e bronzeadas. A única vestimenta que o cobria era uma boxer preta, que delineava cada detalhe de sua pélvis, deixando pouco para a imaginação.

O espelho de corpo inteiro perto da cama tinha mais alguns trincos e novos cacos estavam espalhados pelo chão. Pulei os estilhaços com cuidado e parei na ponta da cama.

-Marc? - o chamei baixinho.

-Você chegou - exclamou visivelmente baldado, tomando um gole da bebida - Eu te compro outra garrafa de whisky depois que tudo isso acabar.

-Quanto a isso, não se preocupe - agachei, sentando sobre os calcanhares - O que aconteceu?

Marc deu um riso anasalado e negou com a cabeça. Ele aparentava estar sóbrio ainda, ao menos.

-O mesmo de antes de ontem - revirou os olhos - Steven não está cooperando, eu tinha encontrado uma pista promissora do Harrow, mas eu a perdi com ele enchendo meu saco e não calando a boca dentro de minha cabeça.

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