- Pra onde estamos indo?
Disse ela ao observar que não era a rota usual para o flat.
- Estamos indo pra minha casa.
- E porque?
Quis saber.
- Porque você precisa ficar segura.
- Mas...
Eu a interrompi.
- Não se atreva a dizer que está segura porque hoje eu não tenho mas nenhuma gota de paciência pra ser desperdiçada com seus discursos sobre independência.
- Mas eu não trouxe nada.
- Tônia e Zalensk foram buscar suas coisas enquanto você estava no hospital.
- Darius eu...
- Sem discussão Nathalie , você eu não somos inimigos não possível que você não consiga passar um tempo em minha casa sem enfartar.
- Do que está falando?
- Fique comigo até pelo menos nossa bebê ter alguns meses de vida, assim eu posso te ajudar no inicio e você vai ter um lugar confortável e seguro. Vamos ser honestos, a doutora Gail disse que depois do sétimo mês o bebê pode nascer a qualquer momento porque crianças também nascem prematuras. Já imaginou entrar em trabalho de parto no meio de uma reforma?
- Eu pensei numa casa pronta.
- Qualquer casa que você for vai precisar de uma pequena reforma, além do fato de que são as últimas semanas ... Você precisa ficar saudável e tranquila e não correndo pra cima e pra baixo sofrendo tentativas de ataques e sequestros a todo tempo.
- Eu acho que você está certo.
Eu sabia que estava mas não era hora pra eufemismos.
- Fique aqui, você tem o seu quarto... O quarto da nossa bebê está em construção, você pode dar os toques finais e ficar por quanto tempo você quiser. Quando chegar a hora de ir eu não vou te impedir assim como não fiz da última vez.
- Acho que um pouco mais de ajuda não será ruim.
Foi a última coisa que ela disse antes de recostar a cabeça no banco do carro e ficar em silêncio enquanto íamos pra minha casa.
Quando chegamos a ajudei a deitar e Tônia fez o resto. Eu decidi tomar um banho e dormir porque amanhã eu teria uma conversa pra acertar com Jeff Bass e essa palhaçada de ciúmes dele acabaria no mesmo momento.
- Bom dia, preciso falar com Jeff Bass.
Disse ao chegar no escritório dele na manhã seguinte. Nathalie estava dormindo quando sai mas eu lhe deixei uma mensagem pedindo que não fosse a empresa hoje e esperava que pelo menos uma vez ela seguisse minhas instruções.
- Ele já vai receber o senhor . Disse a secretária me conduzindo a sala principal, no caminho cruzei com o homem que estava no hospital ontem mas ele não me cumprimentou.
- A que devo sua visita senhor Cross?
Jeff perguntou em tom de deboche.
- Eu disse que não queria Nathalie trabalhando em um turno extra aqui.
- Por mais que você esteja pagando bem você não pode solicitar exclusividade de nossos funcionários.
Eu deveria ter pedido que Dixon ficasse por perto, ao menos teria alguém pra me impedir de partir a cara desse idiota.
- Você sabe o que aconteceu ontem não sabe?
- Do que está falando?
- Seu pessoal não avisou que Nathalie sofreu uma tentativa de sequestro?
- Eu preciso ouvir dela mesma o que aconteceu.
- ESCUTE BEM!
Meu autocontrole havia ido por água abaixo. - ESSE FOI O ÚLTIMO DIA QUE NATHALIE TRABALHOU NESSES MALDITOS TURNOS EXTRAS ESTÁ ENTENDENDO?
- O que está acontecendo Cross?
- Você disse que precisa ouvir da boca dela? Um completo estranho entrou aqui e se não fosse seu funcionário ter voltado pra buscar um maldito pen drive agora eu estaria louco por ai tentando encontrá-la com vida.
- DO QUE ESTÁ FALANDO?
Ele rosnou pra min.- ESTOU DIZENDO QUE SE VOCÊ QUER DEMITIR A NATLHALIE VOCÊ VAI FAZER QUANDO ELA ACABAR MEU PROJETO E ELA VAI PODER MANTER O NOME EM TUDO QUE ELA JÁ TRABALHOU ATÉ AGORA, PARE COM ESSES JOGUINHOS E PARE DE COLOCAR A VIDA DA MINHA FILHA EM RISCO!
- O QUE ESTÁ DIZENDO CROSS?
- QUE SE VOCÊ ARRISCAR A VIDA DA MINHA MULHER E DA MINHA FILHA OUTRA VEZ PELO SEU PRÓRPIO CAPRICHO NÃO VAI MAIS PRECISAR SE PREOCUPAR EM GERIR A SEDE DE LONDRES PORQUE NÃO VAI TER O QUE GERIR.
Jeff Bass parecia chocado ao ouvir minhas últimas palavras, eu estava chocado com o que sai da minha boca; Nada daquilo havia sido planejado eu apenas disse.
- Então você é o pai...
Ele quase sussurrou.
- Eu não estou aqui pra discutir assuntos pessoais com você, apenas quero que saiba minha posição em relação a o que está fazendo; A um longo tempo observo a jogada qual está fazendo , você não quer mais a Nathalie no seu escritório então está a forçando a desistir. Eu já queria ter tido um conversa com você mas ela disse que estava tudo sob controle então acreditei mas não depois de ontem...
- Isso não vai acontecer outra vez.
Ele me interrompeu seco.
- Claro que não vai, porque você vai fazer o que tem de fazer. Pelo menos uma vez na vida haja como um homem e não como um garoto que quer controlar tudo a sua volta porque é isso que eu tenho observado nos últimos meses.
- Você não pode falar assim comigo Cross.
- Você sabe que eu estou certo Jeff, quando nos conhecemos parecia que Nathalie era a peça mais valiosa do seu tabuleiro ao ponto que você me fez somente enxergar nela a única opção para o que eu queria e de fato agradeço porque o projeto está incrível mas depois que ela ficou grávida parecia que você queria apenas puni-la. Ah Bass, nós dois sabemos o nome disso.
- eu não sei do que está falando.
Ele pareceu ultrajado.
- Sabe sim... Mas eu não vim aqui pra falar disso e o que eu tinha pra dizer você já sabe.
Deixei deu escritório e enquanto entrava no elevador pensei em como eu resolvi um problema arrumando outro maior ainda; De qual maneira poderia explicar a Nathalie que acidentalmente disse que ela era minha mulher? Ela enlouqueceria, e se mais alguém tivesse ouvido ou se o próprio Jeff Bass decidisse por raiva abrir o bico pra algum tabloide ? parece que eu estava mesmo destinado a não ter um minuto de paz.
- Senhor...
Dixon me acordou dos devaneios ao entrar no carro.
- O que foi?
- Temos um problema , ela está aqui.
Droga. Isso não poderia ficar pior.
- Aqui nesse prédio?
- Não , na sua casa e parece que está tendo problemas com a senhorita Millano.
- Vamos pra casa então.
Parece que hoje seria mesmo meu fim.
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Então somos Três
Roman d'amourNathalie Millano tinha acabado de se mudar para Londres para começar uma nova vida quando descobriu que seu noivo tinha outra e que um problema de saúde a impediria de ser mãe a longo prazo. Agora no auge dos 28 anos e solteira ela deveria op...