pedaço de mim

Capítulo 3 (parte 1)

Miguel:
O médico aproxima-se de mim e eu desligo a tela do meu telemóvel e ele nesse mesmo instante diz:
- A operação foi um sucesso!- quando eu ouvi estas palavras um alívio enorme percorreu o meu ser.
-quando é que posso visitá-la doutor?-apesar de saber que ela está bem , continuo com um pouco de preocupação, só vou sussegar quando ela estiver comigo, nos meus braços...
-Daqui a umas 6 ou 7 horas ... ela necessita descansar!terá de esperar lá fora, nos bancos de espera...-quê? Mais tempo sem vê-la?mas tudo bem, se é para a recuperação dela, terei mesmo de esperar.
-okay, doutor, já agora obrigado pelo que fez por ela, aliás por nós!- sim, por nós porque eu não estou bem quando ela não está bem.
O médico apenas limitou-se a dizer que não tinha que agradecer, porque é o seu trabalho, então eu retirei-me e fui para onde ele indicou, os bancos de espera, passado 2 ou 3 minutos a mãe dela aparece e ainda em pé pergunta-me:
-já posso ir vê-la? -pergunta esperançosa  e com preocupação ao mesmo tempo.
-não dona Olívia , ela tem que descansar pelo menos umas 6 ou 7 horas...
-mas correu bem a operação?
-felizmente sim- ela sentou-se no banco ao meu lado e ficamos uns 10 minutos a conversar até que a nossa melhor amiga, minha e da Lih , vem até nós e pergunta como ela está e a dona Olívia responde-lhe dizendo que terá que ficar a descansar umas horas e  que a operação correu bem.

Passamos 6 horas e tal à espera de podermos visitá-la e finalmente podemos ver a minha princesa , mas claro, um de cada vez...

-Posso ir primeiro, Miguel? prometo que demoro só uns minutinhos...

-Claro que pode... - Afinal é a mãe da Lih , por mais que eu a queira ver, tenho de esperar.

Liliana: 

O médico explicou-me o que aconteceu e foi aí que eu soube que eu estava em risco de morrer , mas eu nunca na vida iria imaginar que umas pequenas dores fossem se tornar numa apendicite avançada! e disse-me que provavelmente poderei ir para casa hoje, mas terei de me recuperar o que significa que durante pelo menos um mês não poderei ir para a escola.

De repente a porta do quarto do hospital abre-se e eu fecho os olhos , pode parecer uma atitude de criança, que até o é ,mas eu ainda não estou preparada para os sermões que os meus pais me vão dar , que os meus amigos me vão dar... sim, porque eu conheço-os e eles vão-me dizer que eu poderia ter dito que tinha sentido pequenas dores e blá blá blá... eu já sei que errei , não precisam de me dar sermões nenhuns!

-Oh minha filha, tive tanto medo de te perder...assustaste-nos a todos, a mim , ao teu pai que infelizmente não pode vir...aos teus amigos...., mas o Miguel ,enquanto estavas a descansar estava com um sorriso enorme na cara , ele estava muito contente de tu estares bem...  bem, eu vou dar vez ao Miguel porque eu prometi que não demorava,Nós amamos-te muito! -Dito isto a sussurrar , porque ela pensa que estou a dormir, ela dá-me um beijo na testa,e sai do quarto.