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Charlotte:

Era umas 7h enquanto eu aguardava dar o horário da escola, o inferno começaria às 8h. Estava sentada no chão em frente a minha cama pintando as minhas unhas esperando o tempo passar, como já havia tomado banho e me arrumado não tinha muito o que fazer.

Termino de pintar as unhas da cor mais escura que eu havia encontrado nas coisas da minha mãe e assopro para secar mais rápido:

— CHARLOTTE VEM TOMAR CAFÉ — Minha mãe grita da cozinha me dando um susto, me levanto rapidamente pegando minha bolsa e o meu xodó, uma jaqueta de coro dada pelo meu pai, um ex baixista de uma banda antiga, ele havia ido embora quando eu era menor, mas deixou essa jaqueta como um presente para mim.

Desço as escadas olhando ao redor procurando por Salem, meu gato preto vivia se escondendo para que eu não o apertasse — como resistir a um bicho tão fofo? — adentro a cozinha o vendo perto da minha mãe que estava lavando a louça:

— Aí está você, seu merdinha! — Me aproximo devagar para pegá-lo, ele me olha arregalados dá um pulo e sai correndo me fazendo rir alto pelo medo dele:

— Deixa o gato em paz garota doida, senta e come rápido para não se atrasar — Ainda rindo boba me sento para tomar o café.

Minha mãe Ana Thomas era uma mulher bem bonita com os seus cabelos castanhos ondulados na altura da cintura a deixava com um ar mais alegre e despojada, ela fazia parte da banda em que o meu pai tocava, mas infelizmente eles se separaram e cada um foi para o seu lado.

Eu não era diferente dela, meus cabelos também eram castanhos e ondulados, mas eu os mantinha curto na altura do ombro para facilitar a minha vida.

Olho no relógio percebendo estar na hora de ir, eu odiava começar em uma escola nova, isso porque nunca era fácil fazer amigos e os que eu tinha me esqueciam assim que se passava algumas semanas da minha partida.

Dei um beijo na bochecha de Ana saindo correndo colocando os fones de ouvido, em seguida apertando o Play no toca-fitas para rodar uma música qualquer do Queen, pego minha bicicleta na entrada de casa saindo em direção à escola que ficava há uns 3 quarteirões de distância.

[...]

Chegando na escola olho em volta para entender o pessoal, que gente mais curiosa, penso. Eles me encaram como se eu fosse de outro mundo, ignoro seguindo meu rumo para dentro do prédio, enquanto nos meus fones tocava Crazy Train de Ozzy Osbourne balanço a cabeça no ritmo da música procurando a minha sala.

As pessoas ainda me olhavam curiosas me deixando irritada, eu não sou uma pessoa que se intimida fácil, então sempre que eu chegava nos lugares mantinha meu olhar de tédio e seguia sem focar em ninguém.

O papel em minhas mãos indicava sala B14, o sinal havia batido há uns 5 minutos e eu ainda não havia achado a bendita da sala, sigo até o fim do corredor e seguro um grito de felicidade quando acho, a primeira aula seria de biologia.

Bato na porta sendo recepcionada por um professor que aparentava ter uns 50 anos, com uma barba comprida e óculos redondos apoiados no nariz, sorrio de lado:

— Bom dia, senhor Peterson, certo? — Digo, conferindo o nome dele no papel.

— Aluna nova, não é? Charlie?

— Charlotte — Ele levanta a sobrancelha e assente, deixando-me entrar. Tiro meus fones e os deixo apoiados no pescoço.

— Senhorita Thomas, por favor, apresente-se para a turma.

— Sou Charlotte Thomas, me mudei recentemente e vou estudar aqui. E é, só isso que vocês precisam saber — Ouço alguém segurando o riso durante a minha apresentação e meus olhos pairam sobre a pessoa inconveniente. Levanto uma sobrancelha para a garota loira sentada duas carteiras depois da mesa do professor.

— Disse algo engraçado? — Pergunto séria, a mesma arregala os olhos, assustada e se recompõe negando rapidamente com a cabeça. O professor indica o meu lugar e sigo até ele, iniciando de fato a aula sobre genética.

[...]

As horas se estenderam até o horário do intervalo, não havia conversado com ninguém até então, tive 4 aulas razoáveis e podia jurar estar sendo observada durante a 3° e a 4°, me sento em uma mesa no canto da cafeteria começando a comer.

Analiso cada grupinho até que um garoto de cabelos compridos com uma camiseta escrito Hellfire club sobe na mesa em que estava sentado e começa a gritar umas coisas para os outros grupos, um cara que eu deduzo ser do time de basquete pela jaqueta verde que usava se levanta e começa a falar também.

Os dois discutem rapidamente e o garoto em cima da mesa faz uma careta com os dedos indicando chifres em direção ao jogador de basquete, quando vai se virar para voltar para o lugar o seu olhar encontra o meu, estou rindo baixo da careta que ele havia feito e o encaro de volta segurando a sua atenção por uns segundos.

Sorrio para ele e o mesmo retribui com um olhar confuso, voltando para o lugar começando a conversar com os garotos que usavam a mesma blusa do Hellfire Club ocasionalmente percebo ele lançar umas olhadas para o meu lado.

Termino meu lanche percebendo que a única forma que eu tinha para deixar a bandeja perto da cozinha seria passando pela mesa do clubinho do inferno em chamas, sigo com meus fones na orelha e vejo que o garoto que havia me encarado estava no caminho, seguindo até ele sou surpreendida com um:

— Pode passar My lady — Ele está com as mãos nas costas como um lorde e sorri educadamente em minha direção, assinto tentando não sorrir boba e sigo como se aquilo não tivesse me afetado.

Sinto seu olhar queimando em minhas costas e continuo tentando manter a boa postura até deixar a minha bandeja no lugar apropriado, saindo rapidamente dali.

Por que eu estava tão nervosa? — É só um garoto idiota — Digo baixo caminhando para fora do prédio, iria matar aula longe dali para que ninguém me achasse.

Vou em direção à floresta que tem atrás da escola, vendo que lá parecia um lugar calmo e apropriado para se esconder durante esse tempo.

Seguindo uma trilha que encontrei aleatoriamente acho uma mesa de parque, me sento pegando um dos livros que eu estava lendo na minha bolsa, pego a fita com umas músicas aleatórias que gravei para escutar especialmente durante a leitura e quando estou prestes a colocar os fones, ouço alguns galhos quebrando atrás de mim.

Me viro rapidamente para ver quem era e logo percebo o garoto da cafeteria se aproximando:

— Eu te assustei? — Pergunta chegando mais perto — Desculpa é que você está no meu esconderijo particular.

— Não, não assustou. Poderia só não ter chegado assim do nada e se quiser posso sair do seu "esconderijo" — Faço aspas com os dedos enquanto o respondo séria, ele abre um sorriso que me faz derreter internamente.

— Que língua afiada, gosto disso — Com um sorriso malicioso ele se senta na minha frente, guardo meu livro para prestar atenção nele que estava realmente a fim de conversar.

— Por que você vem aqui? — Pergunto tirando um maço de cigarros e isqueiro do meu bolso, coloco um entre os lábios acendendo em seguida enquanto sou observada pelo garoto, ele se apoia na mesa para pegar o cigarro da minha boca levando até a sua dando uma tragada. A cena passou lenta em minha mente, molho os lábios ainda esperando uma resposta dele:

— Nada de mais, costumo matar aula também e nada melhor que um lugar isolado para fazer isso, não é?

— É, pode devolver o meu cigarro? Estou desde cedo sem fumar e meus nervos já estão gritando por um — Ele levanta a sobrancelha surpreso e me entrega a bituca pela metade:

— Depois da aula eu e os meus amigos vamos nos reunir para jogar D&D tá a fim de ir com a gente?

— O que é D&D? – A minha cara de confusão o diverte, ele não responde de primeira e do nada finge que foi atingido no coração caindo para trás, me assusto soltando uma risada em seguida:

— Tem algo no meu cabelo? – Ele questiona levantando todo maluco – Não espera! Como você não conhece Dungeons & Dragons, um dos melhores jogos de fantasia já lançado? – Ainda sorrindo finalizo o cigarro soltando a fumaça para o lado.

— Não conheço anjo, mais tarde não farei nada de mais mesmo, então estou disponível para ir ver vocês jogando – Digo, apoio a cabeça em minhas mãos olhando em sua direção e ele se aproxima:

— Gosto do seu sorriso, garota estranha – Encaro seus olhos castanhos de perto me sentindo desafiada. Talvez esse lugar não seja tão ruim assim.

**********

Nem acredito que estou fazendo isso, mas enfim segue o primeiro capítulo dessa fanfic criada para matar a minha obsessão por Eddie Munson e espero matar a vontade de vocês também 🥰 (desculpem qualquer erro) 


[capítulo revisado]

O nosso caos (Uma Fanfic De Eddie Munson)Onde histórias criam vida. Descubra agora