Permitir-se gostar

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E quando a gente vai permitir que nosso coração sinta?
E quando vamos ter algo recíproco e não somente um beijo cúmplice no meio da noite?
E se não acabar bem?
Tá, mas e se acabar bem?
Se você soubesse, você se permitiria?
Seria mais intenso?

O medo da indiferença
O medo de correr com todas as suas forças enquanto outro apenas caminha tranquilamente
Ah, maldito medo
Ele vem mordendo as beiradas da minha tranquilidade
E então pega no nervo
Aquele que dói
Aquele que quebra com todos os resquícios da minha sanidade
NÃO
EU NÃO QUERO REVIVER O PASSADO
Não me faça andar por aqui de novo
Por favor

E minha sanidade se vai
Meu ponto de alívio
Tranquilidade
Equilíbrio
Todos eles se vão
Sem se despedir
Cortando o nervo
Arrancando minha permissão
Arrancando meu permita-se

Os gatilhos
A dor de reviver toda a dor

Estou fazendo as escolhas certas?
Estou sendo eu mesma?
Me perdi nos meus medos?

Eu tento me agarrar a felicidade
Eu realmente estou me esforçando
Correndo a plenos pulmões para a sanidade
Mas por que eu sempre fico sem ar na metade do caminho?
Quando vou chegar lá?
Quando eu irei olhar para o dono dos beijos e sentir algo?
Quantos foram?
Quantos serão?
Quanto tempo leva para quebrar tudo isso?

Eu sinto que vai doer quebrar as paredes do meu coração de novo.
Eu levei tanto tempo pra construir essa muralha
Nem sorrisos sendo tirados
Nem abraços mais fortes poderão retirar todo o sufoco no peito.

Mas tentarei
Um dia quem sabe
Quando estiver iludida o suficiente
Ou imersa na intensidade proporcionada.
Não dou a certeza do meu coração
Mas da minha intensidade...
Essa já é incontrolável
E não cabe à minha jurisdição conduzir
Então segure-me firme
Pois da mesma forma que é intenso
Assim também é com a fragilidade.
Permita-se gostar da confusão em minha dor.
Será capaz?

Um soar fonético no LouvreOnde histórias criam vida. Descubra agora