Disse a lagarta...

19 4 0
                                    


Uma homenagem não somente ao curso de Letras, como à Docência.


Lentamente chego lá.
Lentamente quero andar, contudo, me põem para rastejar
Se não me acompanhas problema seu, pois um dia lá nos mais altos dos céus irei voar.

Não venha com cara feia revirando os olhos,
Não sou admirada pelos ignorantes
Porém com minhas asas coloridas tiro longos suspiros dos amantes.

-Pobre lagarta não vê que terá poucas semanas de vida

- Pobre lagarta uma vidinha tão sofrida.

- Pobre lagarta todo esse trabalho, todo esse tempo em um casulo para no fim morrer presa na teia de aranha de qualquer muro.

Oh sim, disso já me cansei de saber por 'zumzumzuns' de outros.
Porém diferente das outras meu otimismo será grande,
E que chegue ao limite exorbitante.
Contudo, no mais alto azul serei, do céu dos desgarrados, representante.
E deixem de ser implicantes!

De meu casulo cuido eu, e muito bem!
Tanto que daqui saio-me sozinha e por mim sou suficiente
De pouco já basta à durabilidade de minha vida.

Sai pra lá com suas falas enxeridas

Metendo o bedelho no futuro voo das sabidas

Deixe-me aqui, metamorfoseando
E quando chegar a hora de partir
Me deixe ir
Seguirei meus próprios caminhos
Sejam eles com muitos ou poucos amigos.

Uma coisa é mais do que certa,
Só por conhecer e encher-me de sermões já sabidos terás o testemunho mais real,
De uma pequena lagarta rastejante voando no azul mais brilhante.

E voando alto, rasgando o céu com sua velocidade

-Ah deixe de bobagem, da sua maluquice serás apenas reportagem. Refém de sua doida viajem.

Zombe de mim

Até o fim

Pois rasgarei o casulo na qual me encontro

Fazendo de tu

Apenas mais um

Comparsa da grande desgraça que é manter-se rente ao chão

Como um ladrão

Dos sonhos grandes em ascensão

Por agora apenas escreva minha estória,

Mas vá a passos largos, como tu dizes "meu voo é breve",

Tenho pressa para escrever um conto tão real quanto célebre.

Das suas orações pré-conceituadas não cantes vitória
Pois não é de hoje que os sofrimentos dos nossos voos fazem história. 

Um soar fonético no LouvreOnde histórias criam vida. Descubra agora