Quero ser vista. Enxergada de verdade.
Que me ouçam e me entendam.
Preto.
Assim como escrevo essas palavras.
Minha mente fica preta.
Preta, porque há muita coisa que estão lá mas não há luz para ilumina-lá.
Um breu total.Não confio em ninguém.
Tenho tantos sentimentos, tantas coisas para falar mas não há tem que me escute.
Ninguém a quem eu possa abrir meu coração e só ouvir, sem pressão.
Dizem que estão lá, mas na verdade todos tem seu mundo particular com seus problemas.
Eu não quero atrapalhar.
Com quem devo falar?Eu quero deixar tudo pra trás e viver da natureza, das caminhadas e do ar em meus pulmões.
Tudo depende da aparência.
Do porte.
Da influência.
Isso é um saco!
Que inferno de vida é essa?!
Viver da porra de uma aparência!?Eu quero xingar todos. Quero dar um surra de palavras.
Egoístas!
Preconceituosos!
Aparência não define a porra de uma eficiência!
E estão enchendo o cu de dinheiro através do nosso suor e humilhação.
Zilhões de entrevistas para no fim se salvarem uns gatos pingados padrões sem experiência ou eficiência alguma.
Apenas robôs padronizados da sociedade.Parabéns, iremos te ouvir só por ser padrão.
Trabalhe conosco, estamos de vendo.
Sua aparência combina com nossa empresa. Junte-se a nós!Enfia essa sua predefinição de eficiência no ouvido.
Eu odeio o patriarcado.
Proletariado de merda.
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Um soar fonético no Louvre
PoetryPequenos espantos e encantos do dia a dia, a inspiração me veio a calhar numa quinta-feira de Março ao ouvir algumas músicas tristes demais para serem detalhadas com tamanha precisão. Trazendo-me então a grande inspiração da qual ansiava todo este t...