Amor também é partir

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Até onde vai a insegurança?

Até onde vai o amor egoísta?

Até onde vai o carrossel do ego?


Ficaste rondando como um leão à sua presa

Ficaste rondando como um mosquito ao meu enlaço tentando adormecer

Ficaste azucrinando como cachorro enterrando osso


Por que não seguras a si mesma?

Por que não enxergas que poderia ser muito mais que ciúmes?

Por que tem que magoar as pessoas ao teu redor?


O que trazes de bom?

O que levas de rancor em teu peito?

O que foi que te fizeram?


Machucaram-te a alma até ser quem és hoje?

Uma pobre alma, mal amada,

Encontrada no abismo de seu próprio indigente ser.


Tu vives sozinha em seus próprios pensamentos egoístas

Enclausurada em tuas más escolhas

Não despejes este teu mau-amor em mim


Afogue-se em suas próprias palavras, ingrata!

Afogue-se em teu próprio egoísmo, cega!

Afogue-se no carrosel de teu próprio umbigo, rancorosa!


Você sempre merecerá o amor!

Você sempre poderá se sentir amada, se permitir-se!

Você poderia não ter jogado as pedras nos que te amavam antes de chegarmos à isso.


Perdão,

Eu não puxarei a âncora para te trazer para cima,

Pois minhas mãos já estão em carne viva de tanto salva-la

Outra e outra e outra e outra e outra vez


Já deixei-te intacta com teus próprios pensamentos

E minha sanidade esvaiu-se no aperto em meu peito

Vou te deixar ir, mas não volte


Não volte, porque eu não te salvarei no seu próprio remanso

Vestirei minhas nadadeiras e te deixarei

Nas sombras de teus próprios pensamentos ultrajantes


Eu esperava que um dia tu mudaste, para melhor, para longe, para perto

Mas nem isso tiveste coragem de fazer

Pois na sua estaticidade, eu era tsunami


Me fizeste mar morto, difícil de engolir

Me fizeste pó para teus pés

Calçado para tuas incertezas


Trocaste-me por tuas paranoias

Trocaste-me por teus rancores

Trocaste-me pelos meus erros


Perdão, nosso tempo acabou

Deixo aqui meu adeus,

Deixo aqui o pesado amor que me fizeste ter por ti


Era como pluma no começo, apesar de sua neuroticidade inicial

Amava-te, e por amar mais ao que restou de mim

Permito-me ir, para me reconstruir das tuas redomas


Irei agora até onde minha felicidade alcançar

Irei agora olhar-me e sorrir ao reconhecer o reflexo

Irei pois agora descobri que amor não é só ficar


Amor também é partir.


Um soar fonético no LouvreOnde histórias criam vida. Descubra agora