Um soar fonético no Louvre

Antigo Silêncio

Calei.
Me perdi em silêncios.
Ausência de ruídos.
O silêncio sempre existiu.
Persegui-o como perseguia as estrelas.
Ou pelo menos eu achava que perseguia dessa maneira.
Mergulhei em mim mesma.
Olhei tudo ao redor.
Passado.
Presente.
Futuro?
Quem eu tanto queria me tornar?
No que o silêncio de toda a minha caminhada sucedeu?
Vejo-me nas antigas formas de ser que jaziam em uma adolescente curiosa.
Via as palavras cruéis.
Via a submissão cega a tudo no qual me submetia.
A aceitação era de quem afinal?
Se nem eu mesma me reconheci em todo esse tempo?
Perseguia o silêncio.
Meu antigo silêncio.
Saltei para o fundo de mim.
Assim como Alice eu caí sem parar.
Olhando os fatos presentes, que passavam por mim em forma de fotografias flutuando no ar.
Caindo junto a mim.
Tudo o que eu achei que não me definia.
Não, não, não é você, quem é você?, quem sou eu?, não não, não sou eu, para!, ei não é você!, não acredite nela!, não acredite neles!, não não é você!
Querido eu antigo, você é uma pessoa de alma linda!
Você tem um olhar poético sobre o mundo!
Continue admirando cada pôr do sol e cada nascer!
Lute pelas pessoas, lute contra o preconceito!
O amor salva.
Você deveria ter se arriscado mais.
Deveria ter feito mais amigos, olhado mais as pessoas ao seu redor.
Mas tá tudo bem,
Mesmo que pareça que você não saiu do lugar.
O mundo não vai desmoronar se deixar as lágrimas caírem hoje.
Mesmo que pareça que o mundo ao seu redor esteja tirando seu oxigênio.
O amor talvez chegue bem tarde pra você.
Mas eu também sei que vai chegar quando a bagunça dentro de você estiver organizada.
Quando a tempestade se tornar um mar calmo e cristalino.
Encontre-se nesse tempo.
Você ainda vai viver muitas coisas incríveis.
Acredite mais no seu potencial!
Escreva mais!
Não se desespere, as coisas não são tão intensas quanto aparentam ser.
Você é capaz!
O silêncio não é seu inimigo, é por vezes sua redenção ao caos dentro de ti.
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