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N/A: Home - One direction.


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Ir ao cemitério com Dipper foi mais triste que eu esperava, vê-lo dizer oi a Mabel e deixar um buque de flores rosas conseguiu deixar minha garganta seca. Observei a foto do túmulo, percebendo as semelhanças entre a garota e Mason, fechei os olhos tentando me lembrar a última vez que me olhei no espelho, eu era muito parecido com minha mãe e desde o acidente... Me perguntei se meu namorado tinha o mesmo problema.

– Ela é linda – Consegui dizer ao ver o Pines secar os olhos.

– Era – Ele murmurou e ergueu os olhos, piscando para afastar as lágrimas – Obrigado por vir, Bill.

– Não agradeça, Pinetree – Disse e abracei meu namorado, que se afastou depois de alguns segundos.

– Certo, eu não quero mais ficar aqui... Não fica mais fácil – Engoli em seco e comecei a andar ao lado de Dipper, tentando avaliar o quão ruim ele estava – Cabana e então lanchonete?

– Eu pago – Disse tentando fazer o convite soar menos vazio, mordi o lábio ao ver que não funcionou.

Eu sabia que assim como eu, Dipper gostava de ficar em silêncio com os próprios pensamentos, talvez nossa relação se baseasse um pouco nisso, estar lá sem necessariamente precisar falar algo, apenas sendo uma âncora emocional um do outro. Andei lado a lado com Pinetree, resolvemos inverter a ordem: Primeiro pegamos um lanche e então levamos para a Cabana.

Ficamos no porão, de mãos dadas, comendo comida industrializada nada saudável e vendo um filme de terror de pelo menos vinte anos atrás. De certa forma havia beleza em tudo aquilo.


Δ


Mais semanas se passavam, fizemos um combinado de nos esforçarmos para a semana de provas, então poderíamos faltar o quanto quiséssemos, até lá restringimos nossos encontros para depois da escola, onde geralmente andávamos por aí, tomávamos milkshake e assistíamos algo na Cabana, aproveitando para namorar um pouco nesse tempo. Uns idiotas pegavam no nosso pé ao menos duas vezes por semana, então nos afastávamos um pouco, voltando sempre na mesma após pouco tempo. As mensagens de texto se tornavam nossas melhores aliadas nos dias em que decidíamos dar um tempo para que ninguém comentasse sobre nós. Dipper não havia exagerado sobre Gravity Falls não ser nada como uma Rainbow Falls.

Mesmo com todas as dificuldades de um romance as escondidas, eu me sentia feliz por estar com Pinetree, fazia eu me esquecer do passado e ignorar o meu futuro longe daquela cidade. Estar com Dipper era simplesmente bom e eu precisava de coisas boas na minha vida. Depois da semana de provas, começamos um sistema de faltas bem mais elaborado: Meu namorado ligava para a coordenadora se passando por meu pai e depois eu fazia o mesmo. No final da ligação, estávamos respectivamente com catapora e conjuntivite.

– Pobre Bill, está de cama completamente coberto de manchinhas vermelhas – Dipper falou imitando a suposta voz do meu pai.

– E Dipper? Coitado, não consegue ver nada direito, parece que os olhos grudaram com cola – Rimos um pouco e demos as mãos, os dois andando pela floresta dessa vez

– Certo, papai, somos uns péssimos estudantes – Pinetree disse abrindo um meio sorriso.

– E ótimos namorados – Falei segurando a mão dele, observei os pinheiros.

– Bill, sabe qual curso de faculdade quer tentar? – Dei de ombros e chutei uma pedrinha, então encontrei os olhos do moreno e suspirei.

– Hm... Turismo? Não me parece uma má ideia, ainda mais comparado ao que meu pai escolheu para mim – Ele arqueou a sobrancelha, eu queria fugir desse assunto, mas fazer planos fazia parte de um relacionamento – Engenharia civil, ele tem uma ideia própria de como quer meu futuro, já eu... Tenho meus próprios planos.

Amnesia - BilldipOnde histórias criam vida. Descubra agora