Me lembro que estava chovendo quando voltei, depois de tanto tempo convivendo com o sol, quase havia me esquecido do clima nessa parte do Óregon. Haviam se passado seis meses. Meu pai nunca mais tocou no assunto do acidente ou sobre algo de antes disso, acho que podemos dizer que as conversas com ele eram amenas, minha "tia" mãe de Will, me tratava como um filho, isso conseguiu me fazer confortável onde estava. Meu irmão continuava o mesmo, e isso era bom, já bastava todas as mudanças que tive na minha vida.
Dipper e eu trocávamos mensagens, nem sempre todo dia, mas estávamos sempre lá quando o outro precisava, ligávamos e tentávamos de tudo para manter o contato. Algumas coisas ainda eram um borrão, mas eu sabia exatamente meus sentimentos pelo moreno, ou não teria o procurado antes de voltar a Califórnia. Sabia como ele se sentia e me preocupava com isso, mas também sabia que Mason estava conseguindo seguir em frente tanto quanto eu, apenas ao tempo dele. Nenhum de nós poderia passar o resto da vida preso em nossas tristezas, ou deixávamos esses sentimentos para trás, ou seríamos consumidos. E não podíamos deixar isso acontecer. Minha mãe e Mabel a cada dia nos prendiam menos e isso era bom, o lugar delas era apenas em memórias felizes, onde nós dois sabíamos que elas gostariam de estar, onde nossa dor não fazia sentido.
O meu período sem lembranças amadureceu meus sentimentos, me fez criar uma certa consciência sobre a vida e as pessoas que já amei. Também forneceu tempo para meu Pinetree amadurecer os próprios sentimentos. E quando atravessei os limites de Gravity Falls, eu já era uma versão minha completamente diferente de quando vim para a cidade da primeira vez.
Depois da minha recuperação, resolvi aderir ao tapa olho como uma marca registrada, até porque, era estranho para eu me ver um olho cego e outro não. A bengala também ajudava no meu ar excêntrico, eu me tornava quase caricato ao andar na rua. Estava pensando em entrar no mundo do cinema e sabia que Pinetree aprovaria, ele também estava estudando para entrar em uma universidade, talvez no fim daquele ano já estivéssemos os dois morando juntos em algum lugar, tentando coisas diferentes na vida.
Meu irmão estacionou o carro na frente da casa dos Pines e disse que não voltaria me buscar até o dia seguinte, eu estava completamente feliz com isso quando saltei do carro. Não tinha pressa, poderia ficar ali mesmo, poderia ir ao parque abandonado, a lanchonete de Susan ou assistir um filme na Cabana com Dipper. Eu só queria estar com ele de novo. Não tive que esperar muito para vê-lo atravessar o gramado correndo até mim, os vizinhos poderiam ir para o inferno, tínhamos parado de nos importar a muito tempo.
Meu reencontro com Mason foi perfeito. Cada segundo com ele era perfeito. O aroma de pinheiros e terra molhada me perseguiu durante os meses que estive fora, era reconfortante estar de volta ali. A chuva, as árvores, o vento cortante, o garoto que eu amava. Eu podia fechar os olhos e ficar em paz, sem ter mais nenhuma grande dor ou perda, tanto eu quanto Dipper. Nós tínhamos sarado feridas e conseguido reencontrar nós mesmos, ou ao menos uma versão da qual nos orgulhávamos. Estava tudo bem, exatamente onde deveria estar.
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Notas finais: Muito obrigada a quem votou nos capítulos, comentou e acompanhou a fic!
Eu realmente gosto muito de billdip e essa história conseguiu passar uma versão um pouco diferente do que vejo por aí. Bem, a música que fecha a história é Photograph do Ed Sheeran.
Espero que tenham gostado do desenvolvimento e de toda a experiência! Beijos!
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Amnesia - Billdip
Fanfiction[Bill Cipher x Dipper Pines] [Aviso: Contém gatilhos sobre depressão e relações familiares conturbadas] "Desde a morte da minha mãe, minha vida só estava indo de mal a pior, eu estava indo de mal a pior. Esse negócio de ser depressivo e melancólico...