XIII. O último caso

257 25 10
                                    

O vento fazia as folhas de certa árvore chiarem, balançadas e levadas por ele. E logo abaixo, estava Han Jisung. O menino se sentia cada vez mais aflito, e o tempo apenas passava como as páginas do livro em suas mãos. Tinha que descobrir como aquilo funcionava, o porquê funcionava. E algo o deixava cada vez mais nervoso, sabia que, se não fizesse nada, a vida de Son Hyejoo e Park Chaewon estava em profundo risco.

— Por que você está aqui?

A voz que agora se tornou familiar o trouxe de volta para algum mundo, ele só não sabia dizer qual. Seu olhar voou até Lee Minho, o alfa idiota que o acompanhava para onde quer que seja.

Ele até que gostava.

— Por que você está aqui? — o ômega devolveu a pergunta com a mesma, lhe lançando um sorriso provocador. Escondia a incomodação, pelo menos.

— Fui em um mercado ali — o menino apontou para o lado direito —, e minha casa fica ali. — ele apontou para o esquerdo.

— Hm.

O silêncio veio com o tempo.

— Você não respondeu minha pergunta. — o Lee pontuou.

As engrenagens da cabeça de Jisung giraram, ele apertou os lábios e fechou o livro dramaticamente, lançando um olhar penoso a Minho.

— Precisei solicitar um livro que não tinha na biblioteca da escola e precisava de licença especial. — ele murmurou, olhando para o próprio no seu colo. — Não consegui esperar para chegar em casa e vim para cá.

O alfa chegou mais perto, curioso. Não demorou nada para ele se sentar ao lado de Jisung, sendo protegido dos raios solares pela grande árvore. O silêncio chegava muito fácil para aqueles dois, principalmente porque Minho não sabia lidar com sua própria timidez - não estava acostumado com ela, de fato - e o Han ignorava fielmente o constrangimento.

— Minho...

— Jisung...

Eles falaram ao mesmo tempo, a engrenagem do ômega começou a falhar. O tal apertou os lábios de novo.

— Fala você.

— Acha que vai dar certo? — a pergunta de Minho foi recebida com confusão. Ele se obrigou a explicar: — Acha que elas realmente fazem parte disso?

O Han demorou, olhando para o pequeno movimento na rua que dava para o parque aonde estavam.

— Foi... real. — ele disse, piscando os olhos. Sua mão, familiarizada com o livro, abriu na página certa com facilidade. — O que aconteceu com as garotas d'A Lenda... tudo aconteceu.

A visão de Minho focou, olhando para a página. A medida que foi entendendo, seus olhos se arregalaram.

— Isso... é de verdade?

Ele não viu, mas Jisung estava concordando com a cabeça.

Uma impressão de um jornal tão antigo quanto aquela grande árvore poderia ser estava estampando o papel, as letras, do título gigante até as minúsculas, estavam tão borradas que os olhos do alfa doeram quando ele os forçou. Porém, apesar do esforço, quanto mais ele lia, mais eles se arregalavam.

Dizia na tal reportagem, datada em alguns anos antes da Queda, que duas jovens foram brutalmente atacadas durante um passeio sob a Lua. As letras miúdas diziam, com certos detalhes, o que aconteceu naquela noite, qual foi o destinos das vítimas e qual foi a consequência dos agressores... Nada.

— Nada!? — o Lee bufou, possesso. Estava tão irritado que quase esqueceu de controlar seu lobo. — Não aconteceu nada c...

Mas ele mesmo se calou, ao chegar no final da matéria, tinham fotos. Fotos das duas garotas atacadas naquela noite.

L-LOLLI... POPS! ♡ HyeWonOnde histórias criam vida. Descubra agora