L-LOLLI... POPS! ♡ HyeWon

XV. Almas Gêmeas

Ísis deu um sorriso a Olivia. O primeiro sorriso que dava a alguém a anos. A menina o devolveu, grata por saber de sua importância.

— Qual seu doce favorito, Oli? — a de cabelos negros perguntou, olhando para o universo infinito que se estendia pelo céu.

— Hmmmm... — a loira considerou a pergunta, enrolando o próprio cabelo na ponta dos dedos antes de dar um sorriso bobo. — Chiclete de melancia!

— Chiclete de melancia?

— Isso! São os amores da minha vida!

(×)

Ela começou a se enjoar de encarar o teto, talvez brincando de quem piscasse primeiro. Mas ali, mesmo em meio a um pequeno desconforto, ainda continuava sendo o lugar mais confortável que se achava para ficar. Com o passar dos minutos que pareciam horas, ela ia se sentindo cada vez mais indiferente em relação a si mesma.

Sua mãe, no caminho bem curto de volta para casa, lhe disse para pensar se aquilo valesse a pena. Toda aquela confusão por uma ômega. Também lhe perguntou se realmente gostava dela.

Sim, gostava.

Hyejoo, por algum motivo, não iria desistir. Não disso. Colocaria toda a sua força - que estava se esvaziando aos poucos - em encontrar um jeito de se provar digna para a família Park. Sentia, em todo o seu corpo, que precisava de disso. Achava que não saberia viver sem Chaewon ao seu lado, e nem conseguia imaginar tal cena. Seu coração começava a afundar cada vez mais no peito, suprimindo todo e qualquer sentimento que lhe restava. Nessa situação, a alfa não conseguia nem chorar.

Foi então, que no meio aos seus lençóis da cama, a dor veio. Rastejando, algo imperceptível entrando no seu corpo e explodindo por dentro. Surpresa, a Son soltou um gemido suprimido e rouco, sentindo seu corpo começar a queimar.

Depois de segundos, simplesmente parou.

Mas Son Hyejoo continuava lá, o suor frio manchando a testa e as pupilas dilatadas, a cabeça zonza demais para entender o que acabou de acontecer.

O desconforto não passou.

(×)

— M-Mãe... Me a-a-aj-ajuda... — a ômega tentou dizer, ofegando e praticamente se arrastando até a perna da mãe, aonde apertou a carne em busca de socorro.

— Chaewon? Oh, Deus! Chaewon! — a mãe se abaixou, desesperada, tentando erguer o corpo da filha. Tinha que tira-la do quintal antes que algum alfa passasse. E rápido. — Jinyoung! Vem aqui! AGORA!

Pelo tom de voz da Sra. Bae, um pequeno beta, no auge de seus 12 anos, aparece assustado na porta.

— Me ajude a levar Chaewon para dentro, RÁPIDO! — o menino desceu o meio lance de escada, com os pés descalços e gelados, ajudando a erguer a irmã.

O calor se alastrava pelo corpo miúdo de Chaewon, que gemia murmúrios gaguejados que os outros não conseguiram entender. Estavam ocupados demais a levando para dentro de casa e incomodados por conseguir sentir o cheiro da ômega, forte e nauseante.

Alfas e ômegas, amigos da família, costumavam dizer sempre qual era o cheiro da vez de Park Chaewon, a única não beta da família. "Pirulito de mirtilo", dizia um em um dia, "Pirulito de manga", dizia outro. Mas aquilo... aquilo era completamente diferente do que imaginavam. Era uma mistura sufocante de vários sabores diferentes, irradiando da pequena garota.

— Consegue subir as escadas junto, Jinyoung? — perguntou a Park, sofrendo para fazer a filha subir o primeiro de alguns degraus.

— Consigo, mãe. Vamos logo. — o menino murmurou, desconfortável pela situação e imaginando a dor acumulada que a irmã estava sentindo.