Capítulo 6; entendimento

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CAPÍTULO SEIS;; ENTENDIMENTO

— Como você está se sentindo? — Meu primo, Kim Namjoon, perguntou preocupado. Eu nunca tinha visto ele assim.

A notícia que Jungkook tinha voltado foi gatilho para mim, tanto que parei no hospital. A autossabotagem me fez desmaiar, ou foi a carga de sentimentos.

— Suas crises nunca foram desse nível, Taehyung — Namjoon continuou falando.

— Eu sei, só pensei no que faria caso encontrasse o Jun. Talvez tenha sido por causa disso.  — dei ombros

A testa franzida de Namjoon o deixava feio, tentei alertá-lo mas ele estava determinado em fazer o discurso dele.

— Namu, o Taehy entendeu o que você quer dizer — Hoseok, o namorado dele, falou o cortando. Pelo rosto dele, também estava cansado de escutá-lo.

— E então, Tae?

— Então o que? — perguntei confuso.

— o que você vai fazer quando vê-lo?

— Sei lá… talvez eu chore ou tente aproveitar o momento do lado dele — fui sincero.

Foram anos sem ter algum tipo de contato com Jeon Jungkook, o meu melhor amigo de infância. Estava nervoso para o que aconteceria.

[...]

Nunca em toda minha vida achei que me apaixonaria pelo Jungkook. Achei que continuaria apenas na amizade, mas quando vi estava gostando daquele menino bochechudo e medroso. Era irônico até um certo ponto, porque minha mãe sempre falava que eu ia me apaixonar pela pessoa que nunca imaginaria me apaixonar.

Minha mãe tinha razão.

Foram épocas guardando meu sentimento por não querer estragar a amizade e para proteger o Jungkook.

Meu pai sempre mostrou repugnância pela comunidade LGBT+, talvez o meu medo de meu pai ser preconceituoso comigo, me deixou com um pé atrás sobre minha atração pelo Jeon. Por isso, beijava qualquer menina que quisesse ficar comigo; pensava que daquele jeito o que eu sentia por Jungkook acabaria.

Quando me senti pronto para conversar e me abrir com Jungkook, ele foi embora do vilarejo, me deixando na sarjeta. Foram os piores anos da minha vida.

Cheguei a pensar que ele tinha ido embora por minha causa e fiquei nisso até perguntar a Myeong.

— Ele não foi por sua causa, meu filho. O Jungkook precisa descobrir novos ares, construir novas amizades e memórias. Então não se martirize por isso, logo logo ele estará de volta.

Naquela época aquelas palavras tinham me confortado, a culpa que sentia não existia mais.

— hyung? Você tá me olhando com  aquela cara de bobo — Jungkook estava com as bochechas vermelhas, será mal-estar?

Minhas orelhas esquentaram e pigarreei constrangido. — Você é tão lindo, a sua beleza me deixa desnorteado, esqueço do mundo quando estou perto de você. Esse é o efeito que você causa em mim, eu te amo pra caralho que dói o coração. Posso ter entendido meus sentimentos tarde, mas eu não quero mais perder tempo.  se você  quiser, a gente pode namorar…

Um rubor subiu pelo meu rosto e Jungkook levantou a sobrancelha.

— Isso é um pedido de namoro?

— Err… apenas se você aceitar, se não foi da boca pra fora — falei nervoso, sentindo meu corpo inteiro tremer com a possibilidade dele recusar.

Me surpreendendo, Jungkook sentou no colo e sorriu com aquele sorriso que deixa qualquer um hipnotizado. Como eu queria prender ele em meus braços e nunca mais soltar… Eu estava com medo, medo do Jeon escapar das minhas mãos novamente.
Porém eu tentaria não soltá-lo, não aceitaria passar mais um dia longe dele.

— Eu também te amo hyung e eu aceito namorar com você.

Ali, provando o gosto da boca do Jungkook, entendi que não era paixão o que sentia, e sim amor.

[...]

No dia seguinte eu não conseguia acreditar que dividia a mesa cama com Jungkook, que passamos a noite nos amamos da forma mais pura possível.

Como tinha acordado mais cedo, fiquei deitado ali admirando o outro dormir. Talvez seja uma atitude meio psicopata, mas Jungkook estava todo fofinho dormindo. A boca estava em formato de biquinho e ele me apertava no abraço, mesmo dormindo Jungkook possuía uma força absurda.

— Isso é estranho — ele disse baixo. — Se isso acontecer todas as vezes que eu for dormir com você, prefiro dormir com a Juju. Pelo menos ela não fica me vendo dormir.

— Perdão — pedi envergonhado. Deixei-o na cama e levantei, querendo sumir o mais rápido do quarto.

— Não precisa ficar assim, hyung! — Ele riu e o ignorei. Tentei ser forte, mas não resisti e comecei a rir com ele. Jungkook cessou a risada e sorriu pra mim. — Bom dia namorado.

Puts, eu realmente amava aquele homem.

— Bom dia namorado.

[...]

Quando Jungkook foi embora, meu primo invadiu minha casa. Ficou perguntando o que aconteceu entre eu e o Jeon, e com toda calma, contei tudo. Escondendo alguns detalhes.

— Você pediu ele em namoro desse jeito?! Cadê o romantismo? — Namjoon perguntou furioso comigo.

— Namu, foi da boca pra fora. Não escutou o que o Taehy disse? Foi improvisado — Hoseok me defendeu. Já disse que adoro meu cunhado? — E você não pode falar nada porque fez a mesma coisa comigo, não teve romantismo nenhum.

— Eita, o hyung sempre joga as coisas na sua cara quando estou por perto. Eu gosto assim, porque posso te lembrar mais tarde. — ri da expressão do meu primo e desviei da almofada que ele jogou.

— Eu te odeio, Taehyung.

— também te amo hyung.

— Espera, isso significa que ele vai voltar a morar aqui? — Hoseok jogou no ar e tentei seguir o pensamento dele. O que não funcionou, já ele explicou. — Já que vocês estão namorando, ele vai ficar na casa dos avós e trabalhar a distância ou vocês terão um relacionamento a distância?

— Eu não pensei nisso…

— Olha as coisas que você fala, Seok, deixou o menino todo paranóico.

— Aish, perdão Taehy, mas até que faz sentido o que eu falei.

Nem a discussão boba deles me distraiu. Eu não tinha pensado nisso que o Hoseok disse. E se o Jungkook quiser um relacionamento a distância? Como vai funcionar?

Será que foi uma boa ideia pedi-lo em namoro?

— Não pensa muito nisso não. Vai dar tudo certo entre vocês — Namjoon disse após um tempo. — Sei que ambos irão tomar a atitude certa.

— Obrigado, hyung. Espero que vocês sequem minhas lágrimas no final disso tudo. — falei brincalhão. — Eu só tenho vocês na minha vida.

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