The Palm Palace

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ANGELIQUE

Meu dia estava sendo bastante turbulento. Miranda e eu discutíamos em um projeto no qual o chefe designou nós duas e aquilo estava sendo desgastante para mim. E é claro, eu não iria ceder! Estávamos em um impasse quanto à escolha do local do evento, o primeiro item a ser discutido.
Pensei nos itens subsequentes e na dor de cabeça que eu teria daquele dia em diante, visto que faltava um mês para esse evento. O dia passou vagarosamente e até o fim do dia adquiri uma enorme dor de cabeça!
Na porta do prédio, Alex me esperava em seu mustang preto.
-Alex? - perguntei, espantada, pois raramente ele aparecia no meu trabalho.
-Eu tenho novidades para você! - ele disse, sorrindo.
Entrei no carro e conversamos sobre os nossos dias estressantes.
-Olha só, amor, você gosta de baile, não é?
Vibrei com a notícia! Eu havia ido apenas para um na minha vida inteira.
-Sim! Eu amo! Quando será?
-Na semana que vem! É um baile em que vamos tocar hits românticos e depois aproveitar a noite.
Fiquei tão feliz com aquela notícia que senti a minha dor de cabeça desaparecer!
-E que tipo de roupa teremos que usar? - perguntei, curiosa.
-O que você preferir, pois vai ser um baile romântico e a ideia é fazer as pessoas dançarem a noite toda. Essa festa foi encomendada pelo embaixador!
-Uau! Requinte!
-Cada um de nós recebeu um par de ingressos, mas para comprar mais, vai depender da disponibilidade de ingressos em cada lote. Devem anunciar amanhã nas rádios e nas televisões.
Fiquei mais animada, pois poderia avisar a Karen e Lisa sobre essa festa.
Nossa noite foi animada. Fomos ao cinema, jantamos em um restaurante japonês e depois conversamos.
Alex me fazia sorrir com seu jeito descontraído e fiquei me lembrando da primeira vez em que o vi...
Na época, Cinthia, uma amiga minha de infância morava em Claremont e se apaixonou por um produtor musical, Chris. Os dois eram um casal super alto astral e eu me sentia bem na companhia deles.
Em uma das tardes quentes de agosto, fui com Cinthia e Chris até um studio que tinha no centro da cidade. Até aquele dia eu nunca havia entrado em um studio e foi bastante interessante ver como a música se transformava em um CD depois.
Segui Cinthia e Chris por um corredor e notei que alguns músicos estavam gravando separadamente, pois em cada sala havia uma espécie de janelão de vidro, onde dava para uma pessoa assistir ou avaliar o desempenho daquele profissional.
Em um deles, estava o Alex. Olhei pelo vidro e nossos olhos se encontraram. Ele deu um sorriso e eu sorri timidamente de volta, me afastando e com medo de estar atrapalhando.
Na próxima cabine de gravação estava Thomas e na última, Brian... E então a lembrança de como eu também o conheci passou pela minha mente...
Fiquei hipnotizada ao vê-lo, pois eu tinha a impressão de que o conhecia de algum lugar, mas não sabia dizer de onde era... Percebi que ele olhou para mim e não pude ver nada além daquela máscara branca sem expressão e um balde branco na cabeça.
-Esse é o Buckethead. - disse Cinthia, atrás de mim, sorrindo.
-Eu tenho a impressão de que já o vi. - Respondi, mantendo os olhos fixos nele.
-Claro que já o viu, sua boba, ele tocou com o Guns n' Roses.
Nós duas rimos e o Chris esperou que as gravações terminassem para falar com os músicos.
Meu coração batia rápido e eu fui apresentada a todos. Alex se aproximou de mim, se apresentando e pouco tempo depois começamos a sair e a nos conhecer, até que começamos a namorar. Ele gostava de umas músicas de gênero mais pesado, e deixava isso transparecer um pouco em seu visual.
Seus cabelos eram negros e lisos, um pouco abaixo dos ombros. Seus olhos eram verdes e ele tinha a orelha esquerda cheia de piercings de argola, uns oito talvez. Seus traços eram lindos e sua pele era clara, coberta com tatuagens no estilo japonês.
Ele também costumava usar coturnos e algumas correntes presas na calça. Sem dúvida, um contraste em relação ao mim, que parecia uma mocinha na maior parte do tempo, sempre tentando não chamar a atenção. Geralmente, eu optava por cores neutras ou tons pastéis.
Conversamos um pouco mais e ele me convidou para dormir na casa dele, mas recusei porque precisava terminar um projeto para amanhã.
-Eu te amo. - Ele disse carinhosamente, olhando para mim.
-Também te amo.
Voltei para a minha casa e infelizmente já era tarde para ligar para as minhas amigas e falar sobre o baile. Fiquei pensando no tipo de roupa que usaria e provavelmente eu teria que alugar alguma. Nada que havia dentro do meu armário serviria para um evento como esse!
Fiquei pensando a noite toda em possíveis lojas que eu poderia ir e acabei pegando no sono.

O GUITARRISTA Onde histórias criam vida. Descubra agora