Uma pequena grande atriz

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-Calliope, que bom que acordou achei que vocês duas iam dormir até depois do almoço. A loira sorria e dava uma mordida em sua torrada.

Callie estava pronta para voar por cima da mesa e arremessar Carina contra parede, a raiva tomava conta de seu corpo. Não podia deixar que Arizona dormisse com ela, que as duas ficassem juntas enquanto tentava decidir sobre seu casamento. Estava paralisada, nenhum músculo se movia para perto da mesa que naquele momento parecia tão longe. Sofia já estava sentada conversando com a italiana. Ela precisava engolir seu orgulho e tomar café como uma pessoa faria, como uma pessoa que tem outra pessoa esperando por ela do outro lado do mundo faria. Completamente tensa ela pega um copo de café e se senta ao lado de Carina.

-E então quando vão embora ? A italiana perguntava tentando puxar assunto naquela mesa cheia com um silêncio constrangedor.

-Hoje infelizmente, queria muito ficar mais alguns dias. Sofia respondia com uma cara triste, sabia que depois daquela viagem seria difícil suas mães se encontrarem de novo.

-Ainda temos o dia todo filha. Não faça essa cara só tenho que assinar alguns papéis e teremos o melhor último dia de todos. Arizona a olhava ainda vestida com a mesma roupa da noite passada.

A morena estava congelada, seu cérebro não processava nenhuma informação, suas mãos estavam suadas e não parava de mexer em seu celular.

-Callie, você está bem? parece pálida. A loira encarava os olhos aflitos dela quando sente seu telefone vibrar.

Não acredito que fez isso, porque ?

Precisava de um tempo sem você na minha cabeça.
E conseguiu?
Isso não é da sua conta.
Só por favor, vamos fingir que isso não aconteceu.

A loira coloca o celular na mesa se virando e conversando com Carina e Sofia, não queria falar sobre aquilo no fim das contas. A tarde passou rápido demais as três deram uma volta pelo bairro aproveitando a tarde quente do Japão, tentando curtir as últimas horas juntas mesmo com toda aquela tensão em torno de seus olhares. Já a caminho do aeroporto elas reúnem as malas tentando não deixar nada para trás.

-Mãe por favor não esquece nada, você é mestre nisso. Sofia pegava suas malas e carregava até o elevador.

-Não estou deixando nada, eu acho. Ela coça a cabeça.

-Calliope, fala sério olha de novo estamos em cima da hora. Por mais que aquilo a irritasse a loira amava aquele jeito de Callie. Seu jeito torres de levar a vida era sedutor o suficiente para que ela não reparasse no short curto, que dava as costas direto para o quarto.

-Porque tão linda? Seus pensamentos saíram alto demais, fazendo Sofia levantar uma sobrancelha.

-Eu não deixei nada lá. Ela voltava com seu carregador nas mãos

-Sempre deixa. Sofia brincava com a morena fazendo Arizona rir também.

Dentro do táxi o clima parecia mais ameno Sofia lamentava ter que se despedir de sua mãe

-Meu amor, daqui a algumas semanas nós nos veremos. Suas férias estão chegando e vamos nos divertir muito. A loira tentava animar aquela carinha desapontada.

-Sabe que eu odeio despedidas. A menina abraçava a mãe forte querendo muito que nenhuma delas fossem a lugar algum.
Callie encara Arizona com um olhar de preocupada, aquela situação toda era muito ruim para Sofia, queria fazer alguma coisa sabia oque tinha que ser feito pelo bem não só de sua filha mais para o eu também. Quando chegam ao aeroporto Arizona segue para seu portão de embarque.

-Te amo demais, você sabe disso não é? Abaixava para abraçar sua pequena.

-Também te amo mamãe. Não esqueça de ligar quando chegar. Sofia falava entre os cabelos loiros.

-Nunca esqueço. Ela ficava de pé voltando seus olhos para Callie.

-Não terminamos aquela conversa. Se abraçaram, um abraço forçado.

-Não vamos terminar porque não tem conversa, nós falaremos sobre Sofia. Por um bem maior. Arizona sussurrava em seu ouvido sentido

As três se separam em seus portões de embarque. Arizona embarca para seu voo rumo a Seattle enquanto Callie espera seu horário junto com Sofia.
-O que está acontecendo entre vocês, afinal? A menina tira o celular da mão de sua mãe.

-Oque… o que você está falando Torres?  Callie abre um sorriso nervoso.

-Vocês acham mesmo que eu não percebo nada do que acontece? Sofia continuava a questioná-la.

-Não acontece nada, Sofia vamos parar com isso. Callie pegava seu telefone e olhava de volta para a menina.

-E toda aquela emoção de agora a pouco nunca te vi tão triste por se despedir dela.

-Estava tentando te ajudar, talvez ela voltasse com a gente. Sofia mostrava seu sorriso sapeca.

-Não acredito Sofia, porque você fez isso, você não tem jeito. A morena tentava parecer firme porém queria muito rir, a garota tinha jeito para atuar. Por alguns minutos ela realmente acreditou nela.

No caminho para dentro do avião, Callie lembrava que Penny estaria lá para recebê-las. Não queria olhar em seu rosto depois de tudo, se envergonhava do que tinha feito. Era demais para sua mente pensar no que dizer a ela naquele momento. Com seus fones ela segura a mão de Sofia e cai no sono. A viagem de volta dura bem menos, às fazendo chegar um pouco mais cedo do que estavam planejando.

-Acho que Penny não está aqui, seu plantão termina em meia hora. Callie passava na esteira pegando sua imensidão de malas.

-Podemos ir na frente, ela nos encontra em casa. A menina seguia com a mãe pelo estacionamento.

-Acha mesmo que é feliz com ela mama? Sofia perguntava enquanto esperavam o sinal da avenida ficar verde novamente.

-Minha filha por muito tempo me senti triste por tudo isso, mas agora quando acordo eu tento me sentir pelo menos um pouco feliz. Não acha que eu mereço um pouco de alegria?

-Claro que sim mas, não acho que sua felicidade está aqui.

-Desde quando você cresceu, hein filha ? Callie mantinha os olhos na estrada pensando em tudo que Sofia falava.

-Já faz um tempo mama.    

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