Eu não vou embora da sua vida

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Continuação...

-Não precisa agradecer. Sei que você não faria diferente por mim. Olhava profundamente nos olhos castanhos que ainda estavam vermelhos e passava os dedos por suas bochechas envolvendo Callie em um abraço forte.

O silêncio dominava o ambiente, todo barulho vinha do chuveiro aberto no banheiro. Elas ficaram ali respirando fundo sentindo o calor uma da outra. Callie só queria sumir naquele momento, seus olhos se marejaram toda vez que apertava mais Arizona contra seu corpo. O medo saia de seus poros, medo da loira soltar sua cintura e sair correndo para longe, medo de que tudo que Penny havia falado fosse realmente verdade. As palavras pesadas da ruiva pairavam em sua mente. "Você consome tanto de todos, suga como um inseto até deixar a pessoa em pele e osso. Até ela, que você ama, que você sonha todo dia, que você deseja, sentiu isso na pele e pulou fora". Ela ouviu um suspiro choroso saindo da boca da latina e pegou seu rosto.

-Ei não fica assim. Não sofra por causa disso Calliope. Passava a mão por seu rosto depositando beijos sobre sua pele quente. Ela chega bem perto da boca e ameaça beijá-la, seu nariz fica a poucos centímetros de distância sentindo o hálito quente da latina. Quando Callie quase acaba com a distância entre ela escuta a porta do banheiro se abrir e rapidamente sai de perto da loira que voltava a se encarar no espelho tentando disfarçar.
A menina sai de dentro e encara as duas levantando uma sobrancelha percebendo o clima.

-Vamos jantar? Estou morrendo de fome. Perguntava enquanto escovava os cabelos molhados.

Depois de comerem o jantar que foi entregue no quarto elas apagam as luzes e Sofia já dormia profundamente. Como num ritual daqueles oito dias massantes, Arizona toma seus remédios e se encolhe nas cobertas da cama de casal. Callie estava virada para a ponta encarando a cômoda quando senti mãos geladas entrarem por seus cabelos negros e fecha os olhos pelo contato com sua pele. De uma vez ela se vira de frente para a loira encarando seus olhos azuis preocupados. Ela percorre toda a pele macia de Arizona com os dedos desenhando sua boca com os dedos enquanto a observa sorrir mostrando suas covinhas.

-Você acredita naquilo que ela falou? Perguntou sussurrando e olhando em seus olhos como uma criança malcriada pega pelos pais.

-Claro que não. E você não devia acreditar também. Sussurrava de volta se aproximando mais da latina.

-O que ela disse faz tanto sentido para mim. Realmente sou uma covarde que suga das pessoas até não poder mais. E porque você não correu de novo? Sua pergunta deixava Arizona calada, de fato ela não sabia o por que de mesmo dando voltas e voltas na vida terminava pensando em Callie.

-Não foi você a única errada da nossa relação. Aquela foi uma fase difícil para nós duas. Não tirava os olhos dos castanhos que eram iluminados pelo abajur creme que ficava no criado mudo. A latina apenas correspondia o olhar, sem esboçar nenhuma palavra.

-Calliope eu não vou embora da sua vida. Sussurrava mantendo o contato com os olhos marejados. Já vai se acostumando me ter por perto e com a ideia talvez de voltar para Seattle. Não vou deixar escapar da minha vida outra vez. Passava o braço por sua cintura a puxando para um abraço, enroscando suas pernas e fazendo Callie soltar um suspiro. Arizona nunca tinha visto a latina que sempre se parecia com um muro sólido, daquele jeito chorosa e sensível. Suas mãos passeavam uma pelo corpo da outra explorando toda extensão das costas por baixo das cobertas.

As lágrimas de Callie se misturavam com seu sorriso pela declaração feita por Arizona. Suas mãos percorriam as costas da loira e ela afundava o rosto em seu pescoço sentindo o cheiro de seu perfume a fazendo arquear com cócegas. A loira tentava segurar sua risada arranhando as costas latinas. Sofia se mexia do outro lado do quarto fazendo as duas congelarem seus movimentos e arregalar os olhos. Arizona vira de costas para ela que passa seu braço em volta da cintura da loira a trazendo para mais perto.

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