luz distante

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O sol que entrava pela janela do quarto ardia o rosto de Arizona a fazendo abrir seus olhos. Sentia do seu lado um peso sobre um dos braços e encarava o rosto latino dormindo tranquilamente. Aquele quarto não era estranho para a loira, estavam em Seattle na casa de Arizona. Ela respirava aliviada sabendo que tudo finalmente havia acabado, devagar ela tira seu braço dormente debaixo dos cabelos negros e desarrumados e passa a mão pelo rosto sereno que respirava devagar inerte ao sono. Callie mexia devagar com a sensação do toque emitindo um pequeno gemido. Seus olhos castanhos se abriram lentamente dando de frente com duas pérolas azuis que lhe fitavam fortemente.

-Bom dia. Um sussurro baixo saia da boca delicada da loira enquanto sua mão deslizava pelo braço da latina.
O vento frio que saia da janela aberta arrepiava o corpo da morena que sentia o peso da loira a puxando para mais perto iniciando um abraço calmo.

-Ficaria assim com você o dia inteiro, mas nós temos que trabalhar. Apertava o corpo da loira contra o seu a deixando por cima.

-Esquece tudo só por alguns minutos, vamos ficar aqui . Protestava com o rosto colado ao pescoço dando alguns beijos na região.

Enquanto Arizona brincava com a boca por toda extensão do colo de Callie, ela sente uma pancada forte no peito como uma apunhalada bem direto no coração. A morena tinha uma espécie de lâmina nas mãos e empurrava com toda vontade contra o corpo de Arizona que gritava de dor tentando entender o que estava acontecendo. 
-O que está fazendo? CALLIE PELO AMOR DE DEUS. Sua respiração ficava mais pesada com os segundos e o pânico inundava seus olhos.

Com um sorriso intrigante, Callie olha tranquilamente para o rosto da loira que continuava sem entender nada com a dor tomando conta de cada músculo. Naquele momento a voz de Calliope havia mudado de entonação e seus olhos ganhavam vida de outra pessoa.

-Arizona te avisei que não daria certo. O amor é dor. A voz de Penny vinha a tona da boca da morena causando ainda mais espanto na loira que lutava para manter seus olhos abertos enquanto sentia o sangue manchar seus lençóis brancos.
Sentia a faca ser enfiada até o fundo de seu peito a fazendo perder a luta e fechar os olhos. No total escuro sentia alguma coisa presa em sua garganta a sufocando aos poucos e seu sangue manchava o fino pijama branco que usava. Não entendia onde estava, só ouvia vozes misturadas vindas de algum lugar, ainda com dificuldades para respirar conseguia ver no final da sala um ponto mais claro e seguia o mais rápido que dava até ele. No meio das vozes se ouvia uma voz familiar, Callie falava com alguém.

-Espero que isso resolva o problema Dr. Torres com licença.

-Obrigada, vou ficar aqui mais um pouco.

Quanto mais Arizona caminhava para perto da luz um barulho de bip ficava mais alto e mais sua garganta era sufocada. Certa de que não iria desistir chega ofegante até a luz é se depara com um burraco onde não se conseguia ver o final. Já cansada e sem conseguir respirar, ela se atira para dentro dele. Como se caísse de um prédio de muitos andares de repente abre os olhos aflitos e percebe que não estava em casa mas sim no hospital. O incômodo de sua garganta vinha de um tubo de respiração que descia até sua traqueia, tentando respirar a qualquer custo ela leva a mão até ele tentando puxá-lo.

-EI ARIZONA! Calma, calma. Vou chamar a enfermeira. Callie passava a mão em seu rosto encarando o desespero da loira tentando deixá-la mais calma.
Arizona se concentrava em sua respiração enquanto a enfermeira retirava o tubo deixando o ar votar para seus pulmões.

-O que aconteceu comigo? A voz saia rouca e com dificuldade.

-Seu nível de oxigênio baixou durante a noite e para que nada fosse prejudicado resolveram entubar você. De forma calma ela respondia analisando a máquina que monitorava a loira desde a noite de ontem.

-Tive uma espécie de sonho, ou melhor pesadelo muito estranho. Por quanto tempo eu dormi? Olhava por toda parte do quarto ainda confusa com seus pensamentos.

-Desde ontem a anestesia durou mais do que o imaginado. Me deixou preocupada. A latina entrelaça suas mãos feliz por ela ter finalmente acordado. -Sofia vai ficar tão feliz em saber que você acordou. Mostrava seu melhor sorriso a loira beijando sua mão.

-E Penny? Você encontrou com ela pelos corredores?

-Porque essa pergunta agora? Se dirigia até sua bolsa tirando o celular que vibrava com mensagens.

-Nada, só estou preocupada com você.

O resto do dia passou voando com Sofia fazendo festa para a mãe e Arizona recebendo alta na parte da noite. Sua mente ainda voltava no sonho lhe causando arrepios.  Elas resolveram passar uma última noite no apartamento antes de partirem para Seattle aproveitando para terminar de fazer a mudança. Sentada no sofá pois ainda não podia se mexer com facilidade Arizona embalava algumas coisas com o pensamento longe.
-Porque está tão longe? Callie vinha da cozinha com dois copos de chocolate quente se sentando ao lado dela.

-Só estou pensando. Ela pegava o copo e tomava um gole da bebida sentindo ela descer por sua garganta ainda um pouco sensível.

-Estou muito feliz que a cirurgia foi um sucesso. Sabia que o Oliver conseguiria. Diminuía a distância entre elas procurando um beijo.

Elas dão um beijo rápido e sem contato físico, a morena até tenta pedir passagem com a língua mas é impedida pela loira que acaba de fechar a caixa e caminha devagar até o quarto.

-Estou muito cansada amanhã pegamos voo cedo. Dizia na porta do quarto com o olhar voltado a latina.

-Vou daqui a pouco só terminar essa última caixa.
Na cama as duas se ajeitam e Callie abraça a loira que continuava virada para a ponta. Apesar de não estar entendendo nada, a morena se aconchegou e pegou no sono.       







Obs: Foi um sonho de coma.
    

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