O Despertar

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- Ligeia...

Ao longe, calmamente, ouço um sussurro. ele estava distante da minha consciência e aos poucos, ia se aproximando de meus ouvidos.

- Ligeia... desperte!

Senti meu coração palpitando devagar, minha pele esfriando aos poucos, ia se arrepiando.

Em um grande impulso, me sentei de uma vez suspirando profundamente e abri meus olhos. eu observei parada o canto em que estava, parecia ser um mausoléu. ali era frio e úmido. tinham musgos por todos os lados nas paredes, como se aquela construção estivesse ali há muito tempo.

Levantei lentamente e ainda um pouco tonta, caminhei indo na direção das grades que eram a entrada do mausoléu. era noite. forcei um pouco a grade e saí para fora, observando o local atentamente. eu estava em um cemitério. túmulos, e mais túmulos por todos os lados. apenas o Silêncio e eu.
- Por que estou aqui? - pensei comigo mesma. eu nao me lembrava de ter dormido em um cemitério.

De repente, pus a mão sobre minha garganta. uma sede imensa me invadiu. Não estava entendendo, e não sabia o por que daquela sede. O vento bateu no meu rosto, trazendo com ele o cheiro de alguma coisa. segui o cheiro. Meu corpo estava me traindo. saí do lado de fora do cemitério e olhei para a frente, lendo um nome. Eu estava no cemitério São João Batista.

O vento soprou mais uma vez, me tirando de meus devaneios e me fazendo olhar para as árvores do lado de fora. E debaixo das árvores, estava alguém. Um homem que fumava e soltava a fumaça no ar como se estivesse muito extasiado. Ele não percebeu a minha presença ali. de uma vez, não sei como mas em um movimento involuntário do meu corpo, apareci por trás daquele homem e percebi que o cheiro gostoso vinha da pele dele. Em um movimento rápido, abocanhei a sua garganta. sangue espirrou em todo o meu rosto e roupas. eu não conseguia me controlar, era como uma espécie de frenesi. Eu estava muito sedenta. sequei suas veias e o deixei morto, deitado ali mesmo.

Depois de alguns instantes, finalmente minha sede havia passado. Olhei minhas mãos ensanguentadas me perguntando se eu havia ficado louca.
- minha amada Ligeia... Então finalmente, você despertou! - a mesma voz que outrora eu havia ouvido vagamente em meus ouvidos, eu pude ouvi-la nitidamente atrás de mim.

Em um impulso rápido, me virei encarando um homem alto, musculoso na medida certa, cabelos lisos até perto dos ombros, barba a nascer, olhos azuis acinzentados como os olhos de um gato. Ele era muito bonito por sinal.

Ele estava ali calmamente, me olhando com os braços virados para trás e um pequeno sorriso no canto de seus lábios

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Ele estava ali calmamente, me olhando com os braços virados para trás e um pequeno sorriso no canto de seus lábios.
Eu o olhei sem dizer uma única palavra. A voz dele, me era familiar, porém eu não me recordava dele.

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